Após a família de Rafael Guimarães de Oliveira, de 20 anos, responsabilizar a Clínica Carandá pela morte do jovem em Campo Grande, os amigos também afirmam que a clínica foi negligente.

De acordo com eles, a clínica quer “ocultar ” informações sobre a causa da morte do jovem para não ser responsabilizada. Segundo M.F., amigo de infância de Rafael, a clínica afirma que o amigo só queria se livrar do vício das drogas.

“O Rafael era muito tranquilo, uma pessoa que adorava esportes e amava viver, eu não aceito a clínica dizer que ele tentou se matar ou teve qualquer outro motivo para se matar. Quem o conhece sabe disso e é um absurdo a clínica querer jogar sua falta de competência em cima dele”, afirma.

Outra amiga, a Isabela, diz que continua indignada com o mistério que envolve a morte de Rafael, e não sabe por que até agora nada foi esclarecido. Ainda de acordo com ela, o amigo queria muito se livrar das drogas e procurou ajuda com o pai para acabar com o vício.

“O pai dele só o internou para que ele fizesse os exames e fosse internado em uma clínica de recuperação em Três Lagoas, como uma pessoa saudável e feliz entra bem em um hospital e sai de lá morto, eu não entendo”, indaga.

Outra suspeita dos amigos é sobre a clínica alegar, na época da morte, que Rafael tentou se matar ou teve uma overdose, para eles isso não condiz com a realidade, porque ele estava na clínica justamente para abandonar o vício. “Como eles podem dizer que ele morreu por overdose ou tentou suicídio se foi ele quem pediu ajuda para largar as drogas. Como uma pessoa que amava viver e tinha tantos planos para o futuro iria fazer uma coisa dessas?”, indaga M.F.

Outra questão que uma das mães dos amigos disse à reportagem é que na Clínica Carandá já aconteceu um caso parecido com outra jovem que tinha sido internada e morreu misteriosamente e até hoje nunca informaram a família qual foi à causa da morte.

A mãe também nos relatou que sabe de um caso em que dependentes químicos internados no local já sofreram ameaças de traficantes dentro da clínica, bem como, entraram para vender drogas.

“Eu não tenho documentos ou provas que comprovam a informação, mas sei que isso já aconteceu lá dentro. É inadmissível uma pessoa ser internada para receber tratamento para ser reabilitada e lá te venderem a droga, como a pessoa vai se livrar do vício?”, ressalta.

Os amigos cobram das autoridades competentes a causa da morte do amigo Rafael, pois já se passaram 300 dias e nada foi esclarecido.