Oziel Gabriel morreu no dia 30 de maio de 2013 após conflito por terras na Aldeia Buriti, em Sidrolândia, distante 70 quilômetros de Campo Grande. Um ano após sua morte, cerca de 300 índios se reuniram nesta sexta-feira para lembrar a morosidade em resolver a questão indígena em Mato Grosso do Sul e prestar homenagens ao membro que se foi.

Hoje, o pai, a mãe e sete irmãos de Oziel estão na sede da Fazenda Buriti e acompanham a apresentação das crianças de escolas indígenas da cidade e de Dois Irmãos do Buriti, que fazem homenagens ao índio. Antes, um minuto de silêncio foi feito para lembrar o “eterno guerreiro”.

Estudante universitário, Oziel estava na aldeia no dia do confronto lutando pelo espaço dos índios Terena, que ocupam a região há séculos. Após sinalização de desapropriação de terras por parte do governo federal, proprietários de terra da região montaram esquema de segurança para evitar que os índios avançassem sobre as propriedades. Neste conflito, Oziel foi atingido por uma bala e morreu pouco depois.

Além deles, 12 caciques de aldeias próximas e a administradora da Funai Ana Beatriz também estiveram na aldeia hoje. Membros e lideranças conversam sobre os processos de demarcação de terras durante as apresentações.

Para a família, a tristeza é retratada em momentos de silêncio e outros em que acompanham com o olhar as crianças indígenas. “Nossa expectativa é de que o crime seja solucionado. Ainda acreditamos na Justiça”.

No local, restaram apenas a capela e a churrasqueira e os índios dividem o dia com o funeral do ancião Vitalino Gabriel, que morreu nesta madrugada.