Afegãos votam em segundo turno presidencial sob ameaça do Taleban
Os afegãos comparecem às urnas neste sábado para o segundo turno da eleição que elegerá o sucessor do presidente Hamid Karzai, um teste decisivo para as ambições do Afeganistão de transferir o poder democraticamente pela primeira vez em sua tumultuada história. A disputa se dá entre o ex-combatente anti-Taleban Abdullah Abdullah e o ex-economista do […]
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Os afegãos comparecem às urnas neste sábado para o segundo turno da eleição que elegerá o sucessor do presidente Hamid Karzai, um teste decisivo para as ambições do Afeganistão de transferir o poder democraticamente pela primeira vez em sua tumultuada história.
A disputa se dá entre o ex-combatente anti-Taleban Abdullah Abdullah e o ex-economista do Banco Mundial Ashraf Ghani, já que nenhum dos dois obteve a maioria de 50% necessária para vencer no primeiro turno de 5 de abril.
Como a maioria das tropas estrangeiras deixará o país até o fim de 2014, quem quer que assuma o lugar de Karzai herdará um país conturbado, com uma insurgência cada vez mais violenta da milícia islâmica Taleban e uma economia assolada pela corrupção e pelo fraco estado de direito.
O processo tem sido dificultado pelas acusações de fraude dos dois candidatos, e muitos temem que um resultado apertado torne menos provável que o perdedor aceite a derrota, possivelmente criando um impasse arriscado e prolongado no país.
Doze milhões de eleitores registrados depositam seus votos desde as 7h locais em 6.365 seções eleitorais em meio a um forte esquema de segurança. “O país está em uma crise… só um líder forte poderá resgatá-lo”, disse a parlamentar Shukria Barakzai. “Todos – jovens, idosos, ricos e pobres – saíram com clima ruim, apesar das ameaças, para votar em abril, e esperamos que seja igual desta vez. Este é o espírito do Afeganistão”.
O Taleban pode se mostrar um obstáculo considerável. Os insurgentes, atualmente no auge da sua ofensiva, alertaram as pessoas para não votarem na eleição, que denunciaram como uma farsa patrocinada pelos Estados Unidos.
“Desta vez o Taleban tentará compensar pelo que não conseguiram fazer no primeiro turno da eleição”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, general Zahir Azimi.
O alto comparecimento de quase 60% no primeiro turno foi uma grande derrota para o grupo militante. Observadores esperam menos de 5 milhões de eleitores no segundo turno, em parte por causa dos temores com a segurança.
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