Adolescente agredido por padrasto com corrente e martelo não ficará sob a guarda dos pais

O adolescente agredido pelo padrasto, um taxista de 39 anos, com uma corrente, deverá ficar sob a guarda de algum familiar, mas não voltará a morar com o pai ou a mãe. A agressão, ocorrida na madrugada de quarta-feira (9), foi a segunda registrada pelo garoto. Segundo a conselheira tutelar responsável pelo caso, Vânia Nogueira, […]

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A agressão, ocorrida na madrugada de quarta-feira (9), foi a segunda registrada pelo garoto. Segundo a conselheira tutelar responsável pelo caso, Vânia Nogueira, em 2012 o padrasto colocou o adolescente para fora de casa e ele dormiu em uma laje. Após relato do caso, o Conselho Tutelar encaminhou o jovem para a casa do pai como uma medida de proteção.

Os pais do adolescente não recorreram à Justiça quando se separaram para decidir com quem ficaria a guarda do menino. Por isso, após algum tempo morando com o pai, a mãe foi buscar o jovem, que voltou a morar com ela, sem interferência judicial ou por parte do Conselho Tutelar.

Vânia ainda disse que o pai do adolescente não se preocupou em deixar o garoto voltar a morar com o padrasto. “O pai é uma pessoa simples, tem outros filhos e não deve ter brigado para ficar com o filho”, declarou a conselheira. Ela também afirma que, agora, após a segunda agressão sofrida pelo padrasto, o garoto deverá ficar com algum outro familiar, que não o pai ou a mãe.

O delegado da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) responsável pelo caso, Paulo Sérgio Lauretto, disse que o menino passará por exame de corpo de delito e o caso será analisado e encaminhado para o judiciário no prazo máximo de 10 dias. Segundo Lauretto, o padrasto do adolescente, que foi preso na quarta-feira, está detido na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).

O caso

A agressão ocorreu durante a madrugada de quarta-feira. O padrasto revelou que sai todos os dias de casa às 2 horas, para buscar a mulher no trabalho, em uma empresa de reciclagem. Ele teria falado para o adolescente cuidar do irmão bebê, que estava chorando, porém o adolescente não quis e os dois discutiram.

O suspeito teria ido até a cozinha e disse que se ‘descontrolou’. Ele jogou uma corrente no garoto, que estava levantando do local onde dormia. O padrasto nega que tenha agredido o menino com o martelo, mas o que o adolescente afirmou aos conselheiros tutelares é que o padrasto também teria atirado o martelo de bater bife nele.

Após a agressão, o menino fugiu de casa e foi até a residência de um vizinho, pai de um colega dele. O homem levou o garoto para a UBS (Unidade Básica de Saúde) do Bairro Nova Bahia e os profissionais de saúde acionaram o Conselho Tutelar.

Quando a mãe chegou em casa, procurou pelo filho e o marido disse que não sabia onde o enteado estava. Ela chamou pelo nome do filho no meio da rua e o vizinho contou o que havia acontecido.

O menino teve lesões na cabeça e continua internado na Santa Casa de Campo Grande e, a princípio, não corre risco de morte.

Prisão

A Polícia Civil foi acionada pelo Conselho Tutelar durante a manhã e foi até a casa do homem. Conforme o delegado, a princípio ele negou a agressão, mas depois confessou. Foram apreendidas duas correntes, um martelo de bater prego e um martelo de bater carne. O caso foi registrado como tentativa de homicídio.

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