Um investidor minoritário norte-americano está pedindo ao conselho do CorpBanca para desfazer sua recente associação com o Itaú Unibanco Holding e lançar um novo leilão, alegando que o banco chileno beneficiou seu acionista controlador, em detrimento dos minoritários, de acordo com documento ao qual a Reuters teve acesso.

O fundo Cartica Management LLC disse em uma carta enviada na segunda-feira ao conselho do CorpBanca que o acordo com o Itaú, estimado em 3,7 bilhões de dólares, subvalorizou as ações do banco e beneficiou o bilionário chileno Alvaro Saieh e sua holding de investimentos Corp Group.

O Cartica, que administra mais de 2 bilhões de dólares, possui 3,2 por cento do banco chileno, segundo a carta. Ele se recusou a comentar o assunto.

O CorpBanca não fez comentários imediatos sobre o assunto. Não foram localizados representantes do Itaú para comentar.

Executivos do CorpBanca haviam defendido anteriormente o acordo, que foi anunciado no fim de janeiro, dizendo que uma associação com o Itaú ajudaria a fazer dele um líder regional.

A expectativa é que a entidade resultante, a ser chamada Itaú CorpBanca, tenha valor de mercado de 8 bilhões de dólares, cerca de 10 mil funcionários e 390 agências.

A ação do Cartica, um exemplo raro de ativismo de investidor na região, ameaça a maior fusão bancária da América Latina desde 2008.

As ações do CorpBanca caíram 13,5 por cento em 29 de janeiro, dia em que o acordo foi anunciado, refletindo a decepção entre os investidores de que os termos foram favoráveis demais ao Itaú.

O acordo dá ao Itaú uma importante base entre bancos de varejo no Chile e abre caminho para crescer na Colômbia, onde o CorpBanca tem também tem operações.