A estudante de arquitetura e urbanismo Alana Cristina dos Santos, de 18 anos, que morreu na manhã de ontem (19), provavelmente de um ataque cardíaco fulminante, conforme explicações do coordenador suplente do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), o André Martins de Barros, era a primeira da família a fazer um curso superior.

O tio da jovem, Hugles Santos de Souza, de 27 anos, mestre de obras, conta que apesar de morar no Paraná e não conviver com a estudante, sentia muito orgulho dela. Ele conta que Alana era a primeira pessoa da família, que tem origem humilde, a cursar uma faculdade. “Era um orgulho para todos”, revela.

Ela conta que a menina ainda trabalhava como caixa no supermercado Atacadão, e que os pais não tinham o que reclamar da jovem. “Ela trabalhava, estudava. Tinha um comportamento excelente”, emenda.

Ancião na Igreja Congregação Cristã do Brasil, Vicente Lemos Coutinho, de 79 anos, concorda. Ele conta que Alana, como dizem na comunidade religiosa, era um ‘bom testemunho’. Um exemplo de comportamento a ser seguido. “Uma perda cruel para todos. Uma menina que era um exemplo para todo mundo”, pontua.

A esposa dele, Maria Gomide Coutinho, de 67 anos, lembra que Alana ajudava em tudo na igreja, desde a limpeza à realização de reuniões. “Era sempre prestativa. Ajudava no que fosse preciso. Frequentava as reuniões de jovens e ajudava na limpeza na igreja”, revela.

Colegas de sala de Alana que acompanhavam velório contam que é difícil traçar um perfil de Alana, pois as aulas recém tinham começado. Mas de antemão perceberam que era uma menina mais tímidas. “Todo mundo estava se conhecendo. Temos apenas três semanas de aula. Mas dava para ver que ela era retraída. Estava sempre quieta, estudando, na dela”, disseram.

O caso

A estudante de arquitetura e urbanismo, Alana, morreu depois de sofrer um mal súbito, por volta das 8h30min, dentro da uma universidade onde estuda. O curso de medicina da própria universidade, assim como o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), foram avisados sobre o atendimento à jovem.

Alana se sentiu mal, tentou se escorar na parede, mas caiu. Ela bateu a cabeça no chão e teve convulsões no corredor do bloco IV, do seu curso.

Mesmo a jovem caída, aulas continuaram normalmente e apenas duas colegas dela ficaram no local cuidando de Alana. O curso de medicina demorou meia hora para sair de um bloco para o outro, dentro da mesma universidade, conforme informações dos colegas de sala da jovem.

Já as equipes do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) chegaram ao local após 40 minutos. Eles tentaram reanimar a jovem, mas ela não resistiu.