Diversas entidades ambientalistas organizaram hoje (1º) um grande abraço simbólico na Represa de Guarapiranga, na zona sul de São Paulo, para alertar sobre a urgência de ações para a preservação dos mananciais e o uso racional da água na capital paulista, principalmente por causa da crise de abastecimento vivida atualmente pela cidade. O lema da campanha deste ano é “Água: somos todos responsáveis. Cuidar para não secar”.

Segundo lembraram os organizadores do evento, São Paulo vive sua pior crise de água, com os níveis baixos do Sistema Cantareira, que abastece cerca de 9 milhões de habitantes da região metropolitana.

De acordo com o governo paulista, o ano hidrológico 2013-2014 apresentou índices pluviométricos fortemente desfavoráveis na bacia de contribuição do Cantareira, caracterizando a maior seca desde que as medições dos institutos de meteorologia começaram, há 84 anos.

Para superar a situação atípica, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) passou a transferir vazões dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para a área de influência do Sistema Cantareira. Para os organizadores do evento, a maior utilização do Sistema Guarapiranga para o abastecimento da cidade pode trazer problemas à represa, que já sofre com o despejo de esgotos, as ocupações desordenadas e os desmatamentos.

Essa foi a nona edição do Abraço à Represa de Guarapiranga e ocorreu em três diferentes pontos: no Parque da Barragem de Guarapiranga, no Solo Sagrado e no Parque Ecológico de Guarapiranga. No Solo Sagrado, onde a reportagem da Agência Brasil esteve, centenas de pessoas deram as mãos para abraçar a represa ao meio-dia de hoje e para cantar a música Planeta Água, de Guilherme Arantes.

“O Abraço à Guarapiranga é uma homenagem simbólica da comunidade à represa. Estamos convivendo atualmente com o Cantareira com seus problemas e Guarapiranga é uma grande abastecedora de água potável para São Paulo. Então, preservar e conscientizar sobre o respeito a ela é fundamental para o valor à vida”, disse José Luiz Tomita, coordenador de atividades ambientais do Solo Sagrado. “Para termos água de qualidade, é preciso cuidar: não jogar lixo, não maltratar e usar com cuidado”, acrescentou ele.

Segundo Nilton de Oliveira, subprefeito de Parelheiros, uma força-tarefa envolvendo várias secretárias municipais deverá ocorrer em breve na região para combater o desmatamento e do loteamento irregular em Parelheiros, distrito rural localizado no extremo sul da cidade de São Paulo.