Uma cadela diagnosticada com leishmaniose tem sido o pivô do conflito de um casal que está junto há 42 anos. O enfermeiro aposentado Alcides Costa Monteiro, 82 anos, adotou há dois meses a cadela Tigresa, que estava abandonada em uma chácara, próxima a casa de Alcides. Ao ver o animal sem comida, sem água e fraco, o “seu” Alcides levou a Tigresa para casa. Tigresa foi bem recebida pela mulher de Alcides, a dona Celina, que até deu nome para a cadela, mas, ao saber que ela está com leishmaniose, não quer mais ficar com Tigresa, no bairro Taveirópolis, em .

Segundo Alcides, sua mulher, Celina Eugênia Monteiro, 76 anos, também gosta de animais. Além da hóspede, o casal ainda tem mais dois cães em casa. “Eu levei a Tigresa para o Centro de Controle de Zoonoses para fazer um exame de rotina, mas foi diagnosticado que ela está com a doença”, disse Alcides, que teve AVC há algum tempo.

Entre uma frase e outra, o aposentado demonstra carinho pela Tigresa, que fica o tempo todo aos pés de seu novo dono. Sem condições em cuidar da cadela, Alcides tinha até encontrado alguém para dar um lar para o cão, e ficou surpreso ao saber por Celina que o rapaz não iria mais ficar com a Tigresa.

Seu Alcides afirmou que não conhece a dona da cadela que a deixou na chácara, e considera que abandonar um animal de estimação demonstra falta de amor. “Não é certo abandonar assim, ela estava sem água, sem comida, e não queria andar”, disse.

Celina, que tem labirintite, ressaltou que não tem como cuidar da Tigresa, que precisa de cuidados especiais. “Eu tenho que levantar a cadela para ela comer, e eu não consigo fazer mais isso”, disse Celina, que também se preocupa com a saúde dos outros dois cães da família. “Eu queria que alguém do CCZ viesse aqui, para buscar a Tigresa. Eu não posso ficar com ela”, afirmou Celina.

Enquanto isso, Tigresa, pivô do conflito, aproveitou a distração do casal e foi para a rua. Deitada na grama em frente à casa de Alcides e Celina, ela aguarda qual será o desfecho de sua história.