A pirâmide mais antiga do Egito está sendo destruída pela empresa contratada para restaurá-la
Saqqara, no Egito, é o complexo de pedra mais antigo construído por humanos – e nele fica a pirâmide mais antiga do Egito. É uma peça insubstituível da história que vem se degradando há 4600 anos. De acordo com um relatório local, no momento ela está sendo destruída pela empresa contratada para “restaurá-la”. Na realidade, […]
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Saqqara, no Egito, é o complexo de pedra mais antigo construído por humanos – e nele fica a pirâmide mais antiga do Egito. É uma peça insubstituível da história que vem se degradando há 4600 anos. De acordo com um relatório local, no momento ela está sendo destruída pela empresa contratada para “restaurá-la”.
Na realidade, a empresa contratada pelo Ministério de Antiguidades do Egito pode ter cometido um crime na restauração. Segundo o Egypt Independent, leis de preservação exigem que qualquer nova construção não passe de 5% da estrutura original. A empresa, que segundo relatos nunca havia feito uma restauração, construiu um punhado de novas paredes e estruturas que excedem esse limite.
Ok, isso talvez não seja tão grave. Afinal, paredes podem ser derrubadas. Mas segundo ativistas ouvidos na matéria, a nova construção está contribuindo para o colapso da pirâmide, que é considerada a estrutura feita em pedra mais velha do planeta.
Em 1992, um grande terremoto abalou a região e quase destruiu a pirâmide. Ele arremessou “toneladas” de pedras ao chão e criaou um vácuo em formato de domo no topo, nas palavras do arqueologista Peter James, que diz que ela “pode cair a qualquer momento”.
Na época, a empresa de James instalou um engenhoso suporte em formato de balão chamado WaterWall. “O produto de PVC reforçado internamente pode ser inflado por ar e então preenchido com água”, escreve James. “Foi esse produto que usamos para suportar o domo invertido de pedra”. O sistema funcionou bem e, com o tempo, especialistas em restauração planejaram instalar hastes de aço para fortalecer a pirâmide permanentemente.
Mas o financiamento acabou. E continua escasso, aparentemente, com a instabilidade sociopolítica que se instaurou no Egito. A empresa que foi contratada para continuar o serviço nunca atuou na restauração de uma estrutura arcaica — na verdade, nunca terminou um projeto sequer. Falando ao Al-Masry Al-Youm, com tradução do Egypt Independent, um defensor disse que a empresa é responsável direta pelo colapso de uma parte da estrutura.
Trata-se de uma situação triste e, infelizmente, recorrente na história. Com sorte, porém, uma estrutura que sobreviveu aos últimos 4600 anos conseguirá sair dessa também.
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