Uma pesquisa feita entre setembro e outubro de 2013 nas periferias de São Paulo, Rio, Pernambuco e Rio Grande do Norte, revelou que a média de casos de assédio no transporte público foi de 43,8%. Um dado significante foi colhido na comunidade de Heliópolis, em São Paulo, onde todas as 50 mulheres ouvidas relataram algum tipo de assédio sexual no coletivo. O estudo foi feito pela organização humanitária ActionAid para a campanha Cidade Segura.

A segunda comunidade que mais relatou casos de assédio foi o Complexo da Maré, no Rio, com 66%. Em Upanema, no Rio Grande do Norte, 4% das mulheres relataram o problema.

As mulheres relataram precauções, como não sentar no fundo do ônibus ou tentar ficar o menor tempo possível no ponto de ônibus. Uma das entrevistadas de Heliópolis, a assistente administrativa Keila Barbosa, 26 anos, falou que o tipo de roupa pode aumentar o risco de assédio. “O que ‘pega’ mais hoje é que a gente não pode vestir uma determinada roupa porque pode haver até estupro. Acontece bastante assédio e não podemos falar nada”, disse.

Em uma comunidade de Pernambuco, 84% das mulheres relataram já ter sofrido assédio por policiais. O estudo foi lançado no Rio, na abertura do Fórum Nacional de Reforma Urbana, na Câmara Municipal.