Vigilantes se recusam a assinar liminar e greve continua; bancos podem ficar sem dinheiro

Dois oficiais de justiça estiveram no sindicato dos vigilantes para que eles assinassem a decisão pela volta de metade do efetivo no transporte de valores. Eles alegaram que ninguém da diretoria estava no lugar e se recusaram a assinar o documento.

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Dois oficiais de justiça estiveram no sindicato dos vigilantes para que eles assinassem a decisão pela volta de metade do efetivo no transporte de valores. Eles alegaram que ninguém da diretoria estava no lugar e se recusaram a assinar o documento.

Os 70 carros de transporte de valores vão continuar parados em Mato Grosso do Sul porque os vigilantes se negaram a assinar a decisão judicial que determina a volta de metade dos seguranças para o trabalho nos veículos. Com isso, bancos de Campo Grande podem ficar sem dinheiro nos caixas eletrônicos nesta segunda-feira (04).

Dois oficiais de justiça estiveram na sede do Sindicato dos Vigilantes neste domingo para oficiá-los da decisão judicial. Os vigilantes que estavam no local, cerca de 20 trabalhadores, informaram que não havia nenhum membro da diretoria que pudesse assinar o documento.

A Polícia Militar foi acionada porque houve um pequeno tumulto. Sem acordo, os oficiais deixaram a sede do sindicato sem a assinatura do documento. Na manhã deste domingo (03), a entidade alegou que só cumpriria a decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) quando fossem notificados, mas os filiados permaneceram de braços cruzados em frente às empresas de vigilância.

O sindicato também pretende recorrer da decisão, já que segundo a Lei 7783/89, a atividade do segurança profissional não está inclusa nos serviços essenciais, como alegado pelo procurador Márcio Vasques Thibau de Almeida, do TRT.

Iaci Torres, presidente do Sindicato dos Bancários, informou que 27 agências do Bradesco e 17 do banco Itaú abriram, mesmo sem o efetivo dos vigias. O sindicato dos Bancários explica que as agências devem cumprir a Lei Federal 7.102, que proíbe o atendimento pessoal sem a presença dos seguranças.

“O sindicato vai ficar em cima dos bancos que estão abrindo sem os seguranças. Estamos fiscalizando para preservar os clientes e funcionários. Caso desobedeçam a Lei, vamos notificar a Polícia Federal e pedir pelo fechamento da agência”.

A categoria reivindica o adicional de 30% de risco de vida, no salário dos vigilantes que hoje é de R$ 847,50. Esses 30% significariam R$ 240 a mais no holerite. Atualmente os trabalhadores da área recebem 9% de periculosidade.

A lei que aumenta o valor de risco de vida foi sancionada pela presidente Dilma Roussef, em dezembro do ano passado. Das 36 empresas, que utilizam o serviço dos vigilantes, apenas 3 pagam os 30 %, afirma o sindicato.

Conteúdos relacionados