O mercado brasileiro de tablets atingiu a marca de 3,1 milhões de unidades vendidas em 2012, segundo estudo da consultoria IDC. O crescimento de 171% em relação a 2011 foi motivado principalmente pelo surgimento de pranchetas eletrônicas abaixo de R$ 500, que respondem por quase metade do total comercializado.

Essa faixa de preço tem sido adotada sobretudo por empresas que há até pouco tempo investiam em outros produtos, como GPS, mas agora decidiram ampliar sua linha de eletrônicos. A Multilaser, que chegou ao mercado há 25 anos com cartuchos para impressoras, é uma delas.

A companhia vende hoje mais de mil itens, entre os quais estão artigos de informática, GPS, 15 modelos de celulares e oito tablets. Esta última categoria, que entrou para o portfólio da Multilaser em 2011, já foi responsável em 2012 por 25% do faturamento total. “A linha de tablets foi a que teve maior importância para a empresa no ano passado”, diz o gerente de produto da Multilaser, Reinaldo Paleari. A maior parte dos tablets da empresa custa US$ 499 e se conecta à internet apenas pelo Wi-Fi.

Esse é justamente o tipo de equipamento que mais atrai o consumidor. Segundo o estudo da IDC, 67% dos tablets vendidos em 2012 tinham só o recurso Wi-Fi, enquanto 33% ofereciam suporte à telefonia de terceira ou quarta gerações (3G e 4G).

Isso não significa, no entanto, que o País tenha avançado na oferta grátis de pontos de conexão à internet sem fio, lembra o analista de mercado da IDC Pedro Hagge. “Não é que evoluímos no quesito acesso. É o preço que estimula esse cenário.”

O Brasil tem cerca de 4,2 mil pontos de Wi-Fi, segundo a Jiwire, empresa dona de um aplicativo que funciona como um mapa colaborativo de pontos de rede sem fio no mundo. A Coreia do Sul tem mais de 186 mil e os Estados Unidos, mais de 182 mil. A China e a Rússia, as únicas do Brics no ranking dos dez países que mais têm pontos de acesso, ocupam a quarta e a sétima posição, respectivamente. (O bloco também é formado por Brasil, Índia e África do Sul).

Variedade

Atualmente, há cerca de 130 marcas de tablets no mundo. No Brasil, cerca de 20 estão sendo comercializadas, excluindo o mercado paralelo.

Se analisados os dados das consultorias, a líder em vendas de tablets no País é a DL, que começou suas atividades em 2004 com a fabricação de panelas elétricas de arroz. Nos anos seguintes, a empresa passou a investir em MP3, GPS, equipamentos para som de automóveis e, em 2011, nos tablets.

O diretor comercial e de marketing da DL, Ricardo Malta, diz que a companhia vendeu 800 mil tablets em 2012 e que a estimativa para 2013 é de 1,5 milhão de unidades – ano em que a consultoria IDC espera contar 5,8 milhões de unidades. “A estimativa da consultoria reflete o posicionamento da classe C, nosso público, que foi o que mais comprou tablet”, diz Malta. Quase 80% dos equipamentos usavam a plataforma Android.