Para os usuários, a redução não foi significativa e o valor a menos ainda pesa no bolso no fim do mês

Os usuários de transporte coletivo de Campo Grande não ficaram satisfeitos com a redução de R$ 0,10 na tarifa. Para os usuários, o valor a menos ainda pesa no bolso no fim do mês. Para Cristiane dos Santos Ruiz, 29 anos, a mudança não vai interferir no orçamento. “R$ 0,20 centavos por dia a menos não vai mudar meu orçamento. Se multiplicarmos isso, tirando o domingo dá cerca de R$ 5,00. É muito pouco”, reclama.

A estudante Carlilene Pinheiro Campinas, 19 anos, conta que paga pela passagem uma vez ao dia, quando sai do trabalho da mãe para casa. As outras vezes que utiliza o serviço é para ir à escola, aí tem direito ao passe gratuito. E mesmo o valor não interferindo muito em seu orçamento acredita que a redução foi muito pouca. “Eu uso pouco o ônibus. Mas, imagina quem precisa pegar quatro, seis ônibus por dia. O que essa redução vai afetar? Nada!”, exclama.

Já Odília Nayara Evangelista, 18 anos, diz que a redução foi boa. Porém, acredita que poderia ser melhor. “É bom ter reduzido, mas precisava mais. Para mim que utilizo o ônibus diariamente qualquer valor a menos faz diferença”, diz.

Para a pensionista Elida da Silva do Nascimento, 70 anos, o problema está no excesso de gratuidade de passagens. Ela diz que não há como o empresário trabalhar de graça, por isso a solução é cortar o passe de estudante para quem não precisa. “Se a pessoa ganha três, quatro salários mínimos têm condições de pagar pela passagem. Ai todo estudante tem direito ao passe, e os usuários pagam por isso. Deveria haver uma forma dedar o passe só para quem realmente precisa”, aponta.

Gratuidades

Em Campo Grande, cerca de 30% a 35% dos passageiros transportados pelos ônibus coletivos tem direito a gratuidade. O valor da passagem é cobrado em cima do total de usuários e dividido pelos pagantes.

Se houvesse uma redução dos grupos de gratuidade e a prefeitura custeasse, por meio de um fundo municipal, o passe livre dos estudantes, a tarifa poderia cair. Se isso acontecesse, o dinheiro deixaria de sair dos bolsos dos trabalhadores que precisam do transporte coletivo.