Uso de arma de fogo pela Guarda Municipal causa polêmica após denúncias de truculência

A população defende treinamento dos agentes antes da implementação do projeto aprovado pela Câmara Municipal. A maioria dos campo-grandenses, ouvidos nesta semana pelo Midiamax, é contra o armamento

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A população defende treinamento dos agentes antes da implementação do projeto aprovado pela Câmara Municipal. A maioria dos campo-grandenses, ouvidos nesta semana pelo Midiamax, é contra o armamento

O uso de arma de fogo pelos guardas municipais causa polêmica entre os moradores de Campo Grande. A população defende treinamento dos agentes antes da implementação do projeto aprovado pela Câmara Municipal. A maioria dos campo-grandenses, ouvidos nesta semana pelo Midiamax, é contra o armamento da Guarda Municipal.

A resistência aumentou com os casos de truculência e maus tratos denunciados desde a semana passada na Capital. Guardas municipais foram flagrados agredindo e brigando com vendedores ambulantes na Praça Ary Coelho, no Centro da Capital.

“Se até com a Polícia Militar, que recebe treinamento e é preparada para lidar com situações extremas, acontecem acidentes, como disparos acidentais, com a Guarda Municipal pode ser ainda pior”, opina o vendedor Juliermes Carlos, 22 anos.

Quem passa todos os dias pelo Centro da cidade, onde a presença e atuação dos guardas é constante, defende que o armamento não daria certo. “Os guardas, sem armas, já são muito abusados. Se colocar um revólver na mão dele, acredito que seria muito pior. Já presenciei várias abordagens e eles são truculentos e arrogantes e, quando a gente vê isso, percebe como eles estão despreparados”, diz o promotor de vendas Lucas Gama, 18 anos.

“Acho que criaria confusão. Se em um confronto com jovens, que acabam sendo os principais alvos dos guardas, a arma dispara por engano, seria uma tragédia”, pondera a babá Isabete dos Santos, 53 anos.

Antes de armar, população pede treinamento da Guarda

Apesar de minoria, tem quem acredite que, com a Guarda armada, a população se sentirá mais segura. “Hoje, não existem policiais suficientes para circular por todos os bairros de Campo Grande. Além disso, a gente percebe que ninguém respeita os guardas. Se eles andarem armados, terão o mesmo respeito que os policiais, e os crimes serão menos freqüentes, porque os bandidos ficarão intimidados com a presença deles”, argumenta a dona de casa Neuza Maria Vieira, 53 anos.

Por outro lado, mesmo quem aprova o projeto defende que, antes de a medida entrar em vigor, é preciso preparar os homens da Guarda. “Seria bom ter mais segurança, mas não dará certo se eles não receberem treinamento adequado”, afirma Wanderson Barbosa, 22 anos.

Guardas deixarão de proteger apenas patrimônio público e poderão atuar na proteção da população

A mudança vem com o projeto que altera a legislação atual, aprovado no último dia 7, e acrescenta à lei municipal um dispositivo que libera para a Guarda Municipal o uso das armas durante o desempenho de suas funções.

Com isso, eles passarão a atuar na proteção da população. Hoje, os 1,3 mil guardas de Campo Grande trabalham somente no resguardo de bens, serviços e instalações municipais, com cacetetes e algemas.

Antes de o projeto ser aprovado, o prefeito Alcides Bernal (PP) afirmou que, antes de a medida ser implantada, a Guarda receberá treinamento e capacitação.

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