Uruguai: comemoração da legalização da maconha tem música e fumaça

Por 16 votos a favor e 13 contra, o Senado uruguaio aprovou na noite de terça-feira, às 23h, projeto de lei impulsionado pela coalizão governista Frente Ampla que regulariza a plantação, o armazenamento, a distribuição, a venda e o consumo da maconha. Trata-se do primeiro país a legalizar toda a cadeia de produção da droga, […]

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Por 16 votos a favor e 13 contra, o Senado uruguaio aprovou na noite de terça-feira, às 23h, projeto de lei impulsionado pela coalizão governista Frente Ampla que regulariza a plantação, o armazenamento, a distribuição, a venda e o consumo da maconha. Trata-se do primeiro país a legalizar toda a cadeia de produção da droga, sob controle estatal.

A votação começou por volta das 11h. Às 18h, coletivos pertencentes a diversos movimentos sociais e simpatizantes se reuniram em uma passeata que teve início no centro de Montevidéu e caminhou até o Palácio Legislativo, onde a lei estava em debate.

Às 20h em ponto, os manifestantes chegaram ao Congresso ao som de tambores e de uma espécie de “trio elétrico” decorado com bexigas verdes e folhas de maconha feitas de papelão, de onde saíam palavras de ordem e canções pop e reggae. A bandeira com as cores do arco-íris, símbolo do movimento GLBT, cobriu os participantes que se sentaram nas escadarias do Congresso, assim que chegaram da passeata.

Quem dançava, cantava, conversava e fumava muita maconha – com orgulho e alívio – eram jovens, em sua maioria, mas também havia pais com crianças pequenas, pessoas de idade mais avançada e gente com cara e roupa de quem voltava do trabalho e decidiu aderir à movimentação.

“Acho que vai funcionar. Há muitos consumidores que estavam à espera dessa oportunidade de cultivar sua maconha em casa e assim evitar as bocas de fumo. Não há nada de mau nisso”, opinou Lucía Menini, 35 anos, uma das bailarinas do grupo de candombe Swahili – a banda sonora principal dos festejos -, enquanto se concentrava em frente ao Congresso à espera dos manifestantes. Usuária de cannabis desde os 17, Menini conta que joga vôlei há 15 anos, algo que segundo ela combate o estigma de que maconha e saúde não são compatíveis.

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