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Troca de equipamento atrasa exame de HIV

A espera pelo resultado de um exame de carga viral, essencial para o acompanhamento de portadores de HIV, está aumentando em Estados do País. As dificuldades, relatadas por Coordenações de Aids de Estados e municípios, são reflexo de uma troca de equipamentos organizada pelo Ministério da Saúde. Aparelhos automáticos, com maior capacidade para realização de […]
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A espera pelo resultado de um exame de carga viral, essencial para o acompanhamento de portadores de HIV, está aumentando em Estados do País. As dificuldades, relatadas por Coordenações de Aids de Estados e municípios, são reflexo de uma troca de equipamentos organizada pelo Ministério da Saúde. Aparelhos automáticos, com maior capacidade para realização de testes, foram substituídos por manuais.

No Rio Grande do Sul, Estado com a maior taxa de incidência de aids do País, as queixas de pacientes se multiplicam. “Já enviamos uma carta ao departamento nacional, pedindo a troca dos aparelhos”, afirmou o coordenador do programa de aids do Estado, Ricardo Charão. “É algo preocupante, que exige providências rápidas. A demora pode colocar em risco o tratamento de um número significativo de pacientes.”

Oito laboratórios no território gaúcho fazem testes de carga viral – um exame indicado para avaliar o estágio da infecção e a eficácia do tratamento. Dois deles receberam máquinas automáticas, capazes de fazer até 1.500 exames mensais. Outros seis receberam aparelhos manuais, com capacidade de fazer 400 análises por mês. O número de casos de aids no Estado é de 39,1 por 100 mil, o dobro da taxa brasileira, que é de 19,6. “Precisamos de pelo menos, outras duas máquinas automáticas”, constatou.

Os aparelhos teriam endereço certo: Hospital de Clínicas de e laboratório da Universidade Federal de Santa Maria. O primeiro, com equipamento antigo, tinha capacidade para fazer 1.500 análises mensais. Depois da troca, faz 400. O laboratório da universidade antes fazia 950 exames e, agora, faz 400.

“Não fomos consultados pelo ministério sobre a troca, feita diretamente com laboratórios. Somente demos conta do problema quando as reclamações para entrega dos exames aumentaram”, conta Charão. O Ministério da Saúde, por meio da assessoria de imprensa, reconheceu que coordenações de vários Estados e municípios se queixaram da mudança.

Uma licitação foi feita no fim do ano passado para a troca dos aparelhos. O contrato com a empresa vencedora, a Abbott, previa a instalação de 23 máquinas automatizadas e outras 60, manuais. De acordo com o ministério, a configuração atual permite essa mudança.

Laboratórios com menor demanda ficariam com máquinas manuais e os mais movimentados, com as automatizadas. “Os equipamentos estavam obsoletos, era necessário alterar. Mas como substituir máquinas automatizadas por manuais? Não precisa ser especialista para ver que isso não daria certo”, afirmou Carlos Duarte, representante do movimento de Aids no Conselho Nacional de Saúde. Ele observa que, para máquinas manuais atingirem maior produtividade é necessário aumentar o número de equipes que fazem a leitura dos equipamentos. “Isso envolve custos para as coordenações, o que não é fácil”, diz Duarte. Charão afirma também que a contratação de pessoal não é algo que se faz rapidamente.

Charão solicitou informações para coordenações dos demais Estados do País sobre eventuais problemas com a troca de equipamentos. Até agora, três Estados responderam. Paraná e Santa Catarina, informou, relataram também redução da capacidade para fazer exames de carga viral. Em Mato Grosso do Sul, que tem menor demanda, o problema não foi constatado.

O Centro de Referência de DST-Aids de informou que um remanejamento foi feito e, por enquanto, não foram identificados problemas nos testes.

Assistência

Além da redução da capacidade dos exames, Charão afirma que problemas de assistência técnica foram encontrados. “São problemas que surgem num momento ruim, pois a demanda do sistema está aumentando”, disse. Ele informou que o Estado está no auge de uma campanha para identificação de soropositivos. “Logo depois do diagnóstico, o teste de carga viral é muito importante para saber qual o estágio da doença”, completou.

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