Um tribunal de apelação egípcio colocou neste sábado em liberdade 21 jovens egípcias – entre elas sete menores de idade – condenadas em primeira instância a duras penas de prisão por terem protestado em apoio ao ex-presidente Mohamed Mursi, deposto pelo exército.

Sua condenação em primeira instância, no dia 27 de novembro, a 11 anos de prisão para as adultas e à detenção em um centro penitenciário especializado até alcançarem a maioridade para as outras desencadeou um escândalo entre os defensores dos direitos humanos no Egito e resto do mundo.

As 14 adultas tiveram a sua sentença reduzida a um ano de pena suspensa, enquanto as sete menores foram colocadas em liberdade condicional por um período de três meses.

Durante a audiência deste sábado ante o tribunal de apelações de Alexandria (norte), as adultas, com as cabeças cobertas por véus brancos, entraram algemadas carregando uma rosa e com a palavra “Liberdade” escrita nas palmas de suas mãos, informou uma jornalista da AFP.

As forças de ordem haviam mobilizado um grande dispositivo ao redor do tribunal.

Estas 21 egípcias haviam sido condenadas por violência depois de terem sido presas em Alexandria no dia 31 de outubro. Na ocasião elas participavam de uma manifestação a favor de Mursi que terminou em confrontos com as forças de ordem.

“Até na época de Mubarak havia certa moral” ante a justiça, “as mulheres e as jovens eram uma linha vermelha e não eram julgadas”, declarou na audiência seu advogado, Ahmed al-Hamrawy.

A Irmandade Muçulmana, o movimento ao qual Mursi pertence, venceu as eleições legislativas e as presidenciais de 2012 após a revolta popular que provocou a queda de Hosni Mubarak no início de 2011, após três décadas no poder.