Tragédia à vista: bombeiros não têm estrutura para atender aeroporto de Campo Grande

Das cinco viaturas no Aeroporto Internacional de Campo Grande, apenas uma pode ser usada em acidentes com aeronaves
O Corpo de Bombeiros não está preparado para atender problemas com aeronaves no Aeroporto de Campo Grande, de acordo com denúncia recebida pelo Midiamax. São cinco viaturas no local e apenas uma com capacidade para lidar especificamente com acidentes envolvendo aeronaves.
Para atender qualquer tipo de problemas em aviões, como incêndio, é recomendável viaturas que armazenam 5,7 mil litros de água, e com canhão d’água que atinja altura de 30 metros. Além da água, o equipamento lança espuma e pó químico. Elas possuem dois canhões, um em cima da cabine e o outro na parte frontal da viatura.
A guarnição dos bombeiros no Aeroporto, instalada através de parceria entre governo do estado e Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), conta com três viaturas Iveco, ideais para o trabalho em aeroportos e com todas as especificações ideais. O problema é que duas estão no conserto desde novembro do ano passado.
Outras duas viaturas, mais antigas, também estão na “ativa”. O problema é que elas têm capacidade de apenas 2 mil litros de água, e o canhão alcança no máximo 10 metros e não lança pó químico e espuma, o que é pouco para situações graves em aeroportos.
As viaturas ainda estão com vazamento de ar, problemas elétricos, tanque com vazamento onde a espuma mistura com a água, e não possuem canhão na parte frontal.
O carro de salvamento dos bombeiros no aeroporto da Capital também está “baixado” há meses.O local onde as viaturas são abastecidas com água encontra-se há meses sem manutenção, com um pano amarrado no bocal de saída. O equipamento deveria contar com um mangote, para evitar vazamentos.
À deriva
Em contato com o Midiamax, um bombeiro afirmou que a situação é crítica no Aeroporto Internacional de Campo Grande. “Se tivermos um desastre aqui, ou mesmo um problema de fogo em um avião, não temos hoje como enfrentar o problema a contento, aí é só com Deus”, desabafou.
O militar, que preferiu não se identificar com medo de represálias, revela que as viaturas estão há pelo menos seis meses paradas em oficinas, e que a Infraero promete sempre que “elas já estão voltando à ativa”.
No aeroporto o convênio prevê que o governo estadual deixe 12 bombeiros no local, enquanto a Infraero é responsável pelas viaturas.