Tamanho impediu que meteoro fosse detectado antes de cair, dizem especialistas

Justamente no dia previsto para a passagem “de raspão” de um asteroide pela Terra, a imagem e os danos causados pela queda de um meteorito na Rússia chocaram o mundo. A passagem do asteroide 2012 DA14 a 27 mil quilômetros da Terra foi anunciada há mais de um mês, já o meteorito pegou todos de […]

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Justamente no dia previsto para a passagem “de raspão” de um asteroide pela Terra, a imagem e os danos causados pela queda de um meteorito na Rússia chocaram o mundo. A passagem do asteroide 2012 DA14 a 27 mil quilômetros da Terra foi anunciada há mais de um mês, já o meteorito pegou todos de surpresa.

A agência espacial russa Roscosmos disse que o meteorito viajava a uma velocidade de 30 quilômetros por segundo e que eventos desse tipo são difíceis de serem previstos.

Especialistas afirmam que o motivo para o evento na Rússia não ter sido detectado deve ter relação com o tamanho do meteoro e também sua cor. “Calcula-se que o asteroide tenha cerca de 50 metros de comprimento, já o meteorito era muito menor. Estes objetos são observados e monitorados por vários centros especializados e agências espaciais. Centenas são observados todos os anos. Porém para ele ser captado pelos telescópios depende do tamanho e de sua cor cor”, disse ao iG Othon Winter, físico do departamento de Matemárica da Faculdade de Engenharia da da Unesp.

Estima-se que a queda de meteoros ocorra cerca de dez vezes ao ano. Porém, é raro um meteorito cair em uma região povoada, afinal 70% do planeta é composto por água e está inabitado por humanos. Porém, na manhã desta sexta-feira (15) a queda de um meteorito nos Montes Urais, na Rússia, deixou centenas de feridos e causou pânico em cidades da região. A explosão do meteoro ao entrar na atmosfera criou uma onda de choque que quebrou vidraças e lançou objetos pelo ar a quilômetros de distância.

Nasa

Ilustração mostra aproximação do asteroide 2012 DA14 com a Terra

“Queda de meteoritos são eventos relativamente comuns, porém este caiu em uma área populosa e note que os ferimentos das vítimas não foram causados por choques com os fragmentos da rocha, mas por causa da movimentação de ar gerada e suas consequências”, disse ao iG Daniela Lazzaro, pesquisadora em ciências planetárias do Observatório Nacional.

A pesquisadora afirma que objetos como estes não são raros, mas para fazer os estragos que fez, além de cair sobre uma área habitada, é preciso uma série de fatores como tamanho, velocidade que entra na atmosfera e atinge a crosta terrestre. “Além disso, é levado em conta as condições das camadas da atmosfera, condições do vento. É uma conjunção de fatores.”

Em um comunicado, a Nasa afirmou que a trajetória do meteorito que caiu na Rússia e a do asteroide 2012 DA14 são completamente diferentes, o que faz deles dois objetos sem relação nenhuma. “As informações sobre o meteorito russo ainda estão sendo coletadas e as análises preliminares ainda estão sendo concluídas. Em vídeos do meteoro, ele parece passar da esquerda para a direita em frente ao sol nascente. Isto significa que ele estava viajando do Norte para o Sul. A trajetória do asteroide está na direção oposta, do Sul para o Norte”, afirmou o comunicado.

Astrônomos afirmam que não há chance de o asteroide colidir com a Terra, mas caso isto acontecesse, liberaria cerca de 2,5 megatoneladas de energia na atmosfera. “Seria algo comparável ao impacto causado por outro objeto em Tuguska na Sibéria em 1908”, disse Donald Yeomans administrador do Programa de Objetos Próximos a Terra, da Nasa. O choque na Sibéria resultou em grande devastação em uma área de 1.200 quilômetros quadrados.

Vale lembrar que meteoro é o nome dado aos pedaços de rochas do espaço, normalmente provenientes de grandes cometas ou asteroides. Quando eles entram na atmosfera, se fragmentam e se chocam com a Terra, são chamados de meteorito.

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