SUS investiga sistema milionário comprado por Nelsinho que ainda não funciona

Gisa, contratado com investimento de quase R$ 9 milhões do Ministério da Saúde, deveria permitir agendamento de consultas por telefone na rede de saúde de Campo Grande. Equipe do DataSUS quer saber o que já funciona nos postos de saúde.

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Gisa, contratado com investimento de quase R$ 9 milhões do Ministério da Saúde, deveria permitir agendamento de consultas por telefone na rede de saúde de Campo Grande. Equipe do DataSUS quer saber o que já funciona nos postos de saúde.

Técnicos do DataSUS  começaram nesta quarta-feira (30) a vistoriar a implantação do Gisa (Sistema de Gerenciamento de Informações em Saúde), que possibilitaria à população o agendamento de consultas por telefone. O sistema foi contratado com investimentos de cerca de R$ 9 milhões do Ministério da Saúde e até hoje não atende a população.

De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, técnicos locais, de Brasília e da divisão de convênios do Ministério da Saúde compõem a comissão que irá avaliar o serviço até a sexta-feira (01). A cada dia será produzido um relatório, que posteriormente terá os resultados divulgados.

Nesta terça-feira (29), os técnicos DataSUS fizeram uma reunião preliminar com representante do IMTI – Instituto Municipal de Tecnologia da Informação e com o secretário Adjunto de Saúde, Victor Rocha. Na manhã desta quarta-feira, os técnicos se reuniram com o prefeito Alcides Bernal (PP).

Orçado em quase R$ 10 milhões, o Gisa deveria ter sido concluído em um ano, entretanto, até dezembro de 2012, 95,4% da implantação tinha sido realizada e 96% do projeto foi pago, o equivalente a R$ 9,8 milhões. O serviço foi contratado durante a gestão do ex-prefeito, Nelson Trad Filho (PMDB).

Devido à série de problemas, os responsáveis pela implantação do sistema foram obrigados a prestar esclarecimentos à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, instaurada no decorrer deste ano.

Em oitiva, no dia 21 deste mês, o ex-secretário municipal de Saúde e atual deputado federal, Luiz Henrique Mandetta (DEM), admitiu  conhecer  a empresa que vendeu o sistema milionário antes da licitação.  Durante a oitiva, os deputados receberam ofícios que comprovam a viagem de Mandetta para Portugal em visita a empresa Alert, que compôs com a Telemídia o consórcio responsável pelo Gisa.

Durante visita dos deputados na UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do bairro Maria Aparecida Pedrossian, no dia 19, para verificar o funcionamento do sistema, foi constatada que dos 12 módulos contratados, seis foram implantados na unidade, sendo que apenas quatro estão funcionando.

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