O diretor-superintendente da Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste), Marcelo Dourado, reacendeu a polêmica sobre a mudança do nome de Mato Grosso do Sul. Para ele, o estado hoje é tratado apenas como um “apêndice do Mato Grosso”.

“É de suma importância a mudança do nome de Mato Grosso do Sul, isso é o que eu defendo”, afirmou Dourado, durante evento com o segmento de turismo na tarde de segunda-feira (18), no Centro de Exposição Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande.

Segundo Dourado, MS perde muita visibilidade, e consequentemente, verba provinda do turismo. “Do jeito que está, MS parece apenas um apêndice de Mato Grosso para quem vive fora do Estado, e acredito que é neste ponto que deveria ocorrer um trabalho diferenciado”, comentou.

O superintendente da Sudeco não foge quanto à opinião sobre um novo nome. “Tinha que ser Pantanal, é uma marca reconhecida e extremamente forte em todo o mundo, só iria mudar para melhor”, comentou.

A opinião de Dourado reacende a polêmica acerca da mudança do nome do Estado, existente desde a criação de Mato Grosso do Sul. Para quem trabalha no setor de turismo, a alteração da nomenclatura é o melhor caminho.

“Existe uma confusão geográfica fora do Estado. O que ocorre é que perdemos muitos turistas para o Mato Grosso, sendo que a maior parte do Pantanal fica no Mato Grosso do Sul”, afirmou Cristina Albuquerque, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens, base de MS.

Cristina defende, além da mudança do nome de MS, um maior investimento na área de marketing.

O momento é agora

Defensor da alteração da nomenclatura regional, o advogado e ex-presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil de MS), Leonardo Avelino Duarte, acredita que temos razões históricas, econômicas e, principalmente, culturais, para a mudança de nome. “Ao evocar o predicado ‘pantaneiro’ teríamos em mente uma cultura bem definida, como o gaúcho, carioca ou baiano”, afirmou.

O agora conselheiro da OAB acredita que o atual momento, com os adventos da Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016 no Brasil, é favorável a uma discussão extensa sobre a possibilidade de mudança do nome do Estado.

Avelino Duarte se lembra do passado sul-mato-grossense para reforçar a tese. “O resto do Brasil, por ignorância, nos vê como iguais aos mato-grossenses, separados do norte apenas por questões políticas, sem diferença cultural ou histórica. Pouca gente sabe do nosso histórico separatista, ou de quando nossa terra foi chamada de Estado de Maracajú ou Território de Ponta Porã”, explicou.