Nesta semana, serão beneficiados os operários da construção civil de Ivinhema, Naviraí e Dourados

Após retomar no dia 10 de janeiro em Campo Grande o Arte no Canteiro, que busca sensibilizar os trabalhadores da indústria da construção civil por meio de apresentações teatrais, destacando a prevenção aos acidentes de trabalho, o combate ao alcoolismo, o uso racional da água e da energia elétrica e a limpeza dos canteiros de obras, o Sesi leva, nesta semana, o Projeto para as cidades do interior do Estado. Nesta segunda-feira (21/01), serão beneficiados os operários de Ivinhema, enquanto amanhã (22/01) será a vez de Naviraí e na quarta-feira (23/01), quinta-feira (24/01) e sexta-feira (25/01) em Dourados.

Segundo a produtora cultural do Arte no Canteiro em Mato Grosso do Sul, Andrea Freire, em Ivinhema serão 3 apresentações na Usina Adecoagro, enquanto em Naviraí será uma apresentação para os operários da Precisão Construtora. “Já em Dourados serão três apresentações, uma na quarta-feira no canteiro do Residencial Villa Toscana, uma na quinta-feira no canteiro do Condomínio Moriá e outra na sexta-feira no canteiro da Escola Municipal Weimar Gonçalves”, informou, lembrando que as apresentações são do Grupo Teatral XPTO, de São Paulo (SP).

Retomada

Lançado no dia 1º de dezembro do ano passado, a iniciativa ficou suspensa durante o período de festas e recomeçou no dia 10 de janeiro em Campo Grande com uma apresentação para os operários que atuam na construção do Residencial Botanic e prosseguiu no dia 11 de janeiro no canteiro de obras do Residencial Piazza do Bosque. Na segunda-feira passada (14/01), foram beneficiados os operários que trabalham na obra do Residencial Cidade Jardim, enquanto na terça-feira (15/01) foram os trabalhadores do Edifício Vanguard Home Chácara Cachoeira, na quinta-feira (17/01) foi a vez dos funcionários do Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado) e na sexta-feira (18/01) assistiram à peça os operários que atuam na construção do Residencial Atrium, no Bairro Jardim dos Estados.

Na prática, o Projeto busca sensibilizar os trabalhadores das indústrias da construção civil por meio de apresentações teatrais nos canteiros, destacando a prevenção aos acidentes de trabalho, o combate ao alcoolismo, o uso racional da água e de energia elétrica e a limpeza dos canteiros de obras. Segundo o superintendente do Sesi, Michael Gorski, a meta é atender mais de 16 mil trabalhadores em todo o Estado e até o momento já foram 6,8 mil pessoas beneficiadas. “A nossa intenção, em parceria com o TRT/MS (Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul), é levar o Arte no Canteiro ao maior número possível de obras, pois a linguagem utilizada pelos artistas para conscientizar os operários é de fácil assimilação e, muitas vezes, dá mais resultado que as palestras sobre segurança no trabalho disponibilizadas pelas construtoras”, pontuou.

Apresentações

Para o engenheiro João Paulo de Sousa, responsável pela obra da Plaenge no Bairro Jardim dos Estados, a peça teatral foi mais uma oportunidade de reforçar o uso dos equipamentos de segurança por parte dos operários. “Além disso, a apresentação foi uma oportunidade ímpar dos nossos funcionários terem acesso a uma peça de teatro, mesmo que direcionada para o setor. Muitos deles nunca tiveram a chance de ir ao teatro e nem mesmo ao cinema, por isso considero essa iniciativa do Sesi muito importante”, declarou.

A servente de obras Márcia Ramos, 25 anos, disse a forma como os atores falam do uso dos equipamentos de segurança durante o dia a dia de trabalho em uma obra é muito interessante. “Usando o humor dá para prestar mais atenção”, garantiu. Já o pedreiro Javers da Silva Júnior, 36 anos, considerou a apresentação teatral do Grupo XPTO muito divertida. “Essa peça, além de fazer a gente dar risada, também serviu para conscientizar sobre o uso do capacete, botas e luvas”, pontuou.

Assim também pensa a servente Maria de Fátima dos Santos, 41 anos. “Eu já tinha assistido a apresentação do Arte no Canteiro em outra obra em que estava trabalhando aqui em Campo Grande neste início de ano. Acredito que essa forma deles falarem da nossa rotina ajuda a conscientizar sobre o uso dos equipamentos de segurança”, disse. Graziela Ferreira da Cruz, 29 anos, que atua na parte de serviços gerais da obra, disse que a apresentação foi uma forma de sair da rotina. “A gente se divertiu muito aqui nesta tarde”, assegurou.

Estrutura

Com uma estrutura diferenciada, que inclui palco montado em forma de andaimes, guindaste de construção para transportar os atores suspensos por cabos de aço com performances marcantes e arquibancadas com baldes típicos da construção civil, o Projeto leva arte ao ambiente de trabalho em uma combinação de humor, ação, criatividade e informação. “Nossa proposta é conscientizar, educar e divertir a partir dos objetos da indústria que fazem parte do repertório diário do trabalhador da construção civil. Um pouco como a palavra geradora de Paulo Freire”, explicou a diretora de criação Lina Rosa Vieira, idealizadora do Projeto. A iniciativa do Sesi é fruto da percepção e preocupação com o aumento do número de acidentes com esses trabalhadores, já que este número é proporcional ao crescimento do mercado da construção civil, que se encontra em um bom momento, e é o setor que mais emprega no País.

Os problemas de segurança encontrados diariamente nos canteiros são tratados na peça com um enfoque que, mesmo pautado em normas técnicas, privilegia uma abordagem mais humana e divertida dos conteúdos. “Personagens criados a partir de objetos utilizados na construção civil, como uma desempenadeira, um balde, um carrinho de mão, uma caçamba e uma pá, encenam uma série de situações que levam os operários a refletir sobre a segurança em suas próprias rotinas de trabalho”, diz o diretor do espetáculo, Osvaldo Gabrieli.

Também são focadas questões como a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e o manuseio dos materiais dentro da obra. A ação busca motivar e instalar a mudança de comportamento e combater os principais problemas presentes nesta área de trabalho, focando a saúde do trabalhador da construção civil, o controle ao desperdício de materiais e a questão do cuidado com o meio ambiente. Questões mais delicadas, como o alcoolismo, também são abordadas nas encenações. “O personagem balde bebe durante o almoço e provoca uma grande confusão, expondo seus companheiros de trabalho e a si próprio a uma série de riscos em função do efeito do álcool”, exemplificou Osvaldo Gabrieli.