Senador na Itália, brasileiro descarta que Pizzolato vire ‘revanche’ por Battisti

A informação a respeito da possível fuga do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato será levada ao Comitê para Questões de Italianos no Exterior (Comitato per le Questioni degli Italiani all’Estero) nesta quarta-feira pelo senador da Itália Fausto Guilherme Longo, 61 anos, brasileiro com dupla cidadania eleito pelo Partido Socialista Italiano (PSI). O comitê […]

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A informação a respeito da possível fuga do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato será levada ao Comitê para Questões de Italianos no Exterior (Comitato per le Questioni degli Italiani all’Estero) nesta quarta-feira pelo senador da Itália Fausto Guilherme Longo, 61 anos, brasileiro com dupla cidadania eleito pelo Partido Socialista Italiano (PSI). O comitê funciona como um órgão consultivo no parlamento e é formado por 18 senadores – 12 italianos e seis ítalo-descendentes eleitos no exterior (dois da América do Sul, dois da Europa, um da América do Norte e um do bloco formado por Ásia, África, Oceania e Austrália). Para Fausto, não existe possibilidade de a Itália impor qualquer complicação por causa de Cesare Battisti, o ex-ativista italiano libertado pelo Supremo Tribunal Federal, em 2011.

Pizzolato foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão por conta de seu envolvimento no esquema do mensalão e teria fugido para a Itália há cerca de 50 dias. Nesta terça, o senador já entrou em contato com o presidente do comitê, Claudio Micheloni, que disse que por enquanto o assunto não tem relevância na Itália e o Senado não foi comunicado ainda a respeito. “Esse assunto não existe, nada está sendo falado a esse respeito na Itália, mas eu julguei importante, como eleito na circunscrição sul-americana e sendo ítalo-brasileiro, de levar esse comunicado que está havendo esse assunto na mídia brasileira que o Pizzolato teria fugido do Brasil à Itália”, explicou Longo, que teme que o caso sirva de mau exemplo para os mais de 5 milhões de italos-descendentes que detêm a dupla cidadania pelo mundo.

“O que resolvi explicar é para que o caso Pizzolato não se transforme numa justificativa qualquer em relação aos ítalos-descendentes. Imagina se os 5 milhões de ítalos-descendentes que estão vivendo fora, em seus respectivos países, cometerem algum tipo de inconformidade com a legislação local e se venham até a Itália como meio de se proteger. Embora quem detém a dupla cidadania seja protegido pelas duas pátrias, também tem deveres com a Itália e o Brasil”, ressaltou o senador, eleito em fevereiro deste ano.

O senador também não acredita que a Justiça italiana irá negar um possível pedido de extradição de Pizzolato por “revanche” à extradição negada pelo Brasil a Battisti. “Não há a menor possibilidade. O governo, o parlamento, o conselho de ministros, a Justiça italiana são de tal maturidade que jamais se utilizariam disso. Aliás, são temas, motivos, origens diversos para poder fazer uma espécie de revanche, coisa que não cabe. Seria uma interpretação bastante infantil achar que um país como a Itália e um país como o Brasil tentariam resolver questão dessa natureza através de revanchismo mesmo porque são casos tão diferentes que não se enquadram nenhum tipo de referência de um ao outro caso”, completou.

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