Repórter é agredida por manifestantes que acampam na Câmara de Dourados

A jornalista Thalyta Andrade, repórter do Diário MS, foi agredida na tarde de ontem (29) por manifestantes que ocupam a Câmara de Dourados desde o dia 4 deste mês. Após cobrir uma reunião entre vereadores e representantes do MPPL (Movimento Popular pelo Passe Livre), a profissional teve uma folha de seu bloco e anotações arrancadas […]

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A jornalista Thalyta Andrade, repórter do Diário MS, foi agredida na tarde de ontem (29) por manifestantes que ocupam a Câmara de Dourados desde o dia 4 deste mês. Após cobrir uma reunião entre vereadores e representantes do MPPL (Movimento Popular pelo Passe Livre), a profissional teve uma folha de seu bloco e anotações arrancadas à força por uma jovem a quem havia entrevistado minutos antes.

Conforme a repórter, a agressão ocorreu quando já deixava o Palácio Jaguaribe, na direção do carro de reportagem. “Eu me dirigia ao carro quando fui abordada. A menina que eu entrevistei no plenarinho, chamada Caroline, me chamou, pediu para eu repetir o que tinha anotado das falas dela novamente e disse que a imprensa estava sendo muito incoerente e por isso eles tinham que tomar cuidado”, relata. “Ela estava acompanhada por três pessoas e enquanto eu respondia a outra, a que entrevistei tomou a folha”, acrescenta.

As agressoras ainda argumentaram terem o direito de praticar o ato, para que a entrevista não fosse publicada, conforme a jornalista. Essa agressão à liberdade de imprensa foi testemunhada por profissionais de outras mídias que também trabalhavam na cobertura da reunião.

Segundo Thalyta, a atitude das agressoras foi inesperada. “Fiquei estarrecida e nem tive reação. Estou indignada”, desabafa. Receosa quanto a novas agressões, a repórter procurou o 1º Distrito Policial e foi orientada a retornar hoje para o registro de um B.O (Boletim de Ocorrência) junto ao 2º DP, que tem como titular a delegada Magali Leite Cordeiro, que já investiga dano ao patrimônio público causado pelos manifestantes.

Segundo a jornalista, a agressão à liberdade de imprensa não condiz com um movimento que se intitula popular e diz lutar por direitos sociais. “É incoerente pessoas que pedem respeito às pautas que defendem não respeitarem o direito que tenho de exercer minha profissão sem censura”, diz. “Eu também sou usuária do transporte público coletivo e fui universitária até pouco tempo atrás”.

Thalyta informou que antes da agressão, quando ainda estava dentro da Câmara, ouviu integrantes do MPPL fazerem referência ao Diário MS como mentiroso. “Já tinha sido hostilizada anteriormente, mas nunca pensei que chegaria a este tipo de situação”, conta a jornalista, que acompanha desde o início a ocupação da sede do Legislativo.

Ela informa que a hostilidade teve início a partir da publicação de uma matéria por ela assinada sob o título “Ocupação da Câmara vira ‘Big Brother’”, datada do dia 18 passado. A jornalista Thalyta Andrade questiona as críticas direcionadas ao Diário MS, uma vez que foi este matutino que noticiou em matéria publicada no dia 13 de junho e assinada pela repórter Fabiane Dorta, o pedido de reajuste de R$ 2,50 para R$ 3,28 da tarifa do transporte feito pela concessionária à prefeitura. O MPPL teve início a partir dessa informação.

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