Representantes de campos de refugiados aproveitaram os cinco dias de Fórum Social Mundial para chamar a atenção da comunidade internacional sobre as condições de vida nesses locais. Além de promover debates e palestras sobre o assunto, as associações de refugiados políticos montaram tendas e distribuíram panfletos para chamar a atenção das delegações de outros países sobre o problema.

“Todos que passam ficam impressionados com a precariedade da nossa situação”, disse Usman Bangura, de Serra Leoa. Ele vive no Campo de Choucha, construído na fronteira da Tunísia com a Líbia para abrigar pessoas que fogem do conflito no país vizinho. Hoje, o campo abriga mais de 3 mil pessoas. “Nós vivemos como escravos. Os governos e as organizações internacionais não estão interessados em resolver nosso problema.”

Bangura declarou que o fórum é uma boa oportunidade de discutir soluções para o problema daqueles que buscam asilo político no mundo. No entanto, ressaltou que espera apenas que o assunto ganhe reconhecimento em outros países.

A refugiada Nuena Okhill pertence ao povo Sahrawi e vive há três décadas em um campo de refugiados na Argélia. A República Sahrawi é parcialmente reconhecida e luta para se consolidar em uma área do Deserto do Saara que hoje é controlada pelo Marrocos. Ela foi ao fórum com a esperança de debater uma saída para os povos sem território.