Rádio terena transmite de sertanejo até canto indígena e unifica audiência no conflito

Em meio à situação de conflito que indígenas e fazendeiros enfrentam em Mato Grosso do Sul, uma emissora de rádio comunitária une gente de todos os lados com programação que vai do sertanejo até músicas tradicionais da cultura terena. A Rádio Kopenoti FM foi criada há 3 anos para atender as necessidades de nove aldeias […]

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Em meio à situação de conflito que indígenas e fazendeiros enfrentam em Mato Grosso do Sul, uma emissora de rádio comunitária une gente de todos os lados com programação que vai do sertanejo até músicas tradicionais da cultura terena.

A Rádio Kopenoti FM foi criada há 3 anos para atender as necessidades de nove aldeias indígenas de Aquidauana, a 143 km de Campo Grande.

A ideia surgiu do terena João Marcos Francisco quando observou a necessidade de divulgar ainda mais a cultura e os costumes dos povos indígenas, bem como, fazer uma inclusão social e econômica entre os povos.

Ele afirma que a rádio busca atender o público de acordo com suas necessidades dentro de cada programação. Desde sua criação ela vem buscando desenvolver um trabalho que alcance os anseios da comunidade.

Para manter uma programação diária no ar todos os dias ele conta com a ajuda de 10 patrocinadores, além de ter uma parceira com igrejas evangélicas e católicas e um grupo de amigos.

Atualmente são quinze locutores, na maioria indígenas, que se revezam para fazer toda a programação que vai ao ar na emissora. Os estilos vão do sertanejo ao regional, bem como, músicas da cultura terena. O público que ouve a rádio é bastante variado e atinge todas as faixas etárias.

Além das aldeias a rádio alcança mais de vinte fazendas e o distrito de Taunay. Mesmo em meio a tantos conflitos entre ruralistas e indígenas a Kopenoti tenta pacificar essa questão. Ela faz o elo entre a comunidade indígena e os fazendeiros para terem uma relação harmoniosa.

Mas, segundo o terena, eles também defendem a causa e cobram das autoridades para que seja tratada de forma justa e adequada. “Não deixamos de cobrar uma solução para o problema dos conflitos entre fazendeiros e índios o que queremos é que seja feito da maneira correta, nós queremos a terra e é um direito nosso”, afirma João Marcos.

Preservar e resgatar a cultura indígena para todos é um dos diferenciais da rádio. Para o professor de 51 anos, Tito Margarejo, a variedade de programas é o que mais atrai na emissora. “Tem programas para todos os gostos e estilos e a oportunidade que a rádio disponibiliza para divulgação de pequenos comércios dentro da aldeia e na região é que conquista ainda mais o público”, alega Tito.

O professor escuta todos os dias a Rádio Kopenoti e relata que só pelo fato de resgatar as tradições indígenas já faz com que ele não mude de estação. ”A diversidade de programas que a rádio tem vai de encontro com as necessidades de cada um e sugiro que tenha um programa de aulas da língua local para preservarmos nossa cultura”, finaliza o professor.

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