Quatro índios já foram baleados em Sidrolândia e clima segue tenso na região

Indígenas estão sendo atendidos no hospital. Polícia Federal não permite acesso ao local, mas índios afirmam que balas de verdade são usadas na desocupação

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Indígenas estão sendo atendidos no hospital. Polícia Federal não permite acesso ao local, mas índios afirmam que balas de verdade são usadas na desocupação

É tensa a situação nas fazendas Cambará e Buriti, em Sidrolândia, a 79 quilômetros de Campo Grande, onde a Polícia Federal comanda a reintegração de posse determinada pela Justiça Federal. Quatro índios já foram baleados no suposto confronto com os policiais.

No Hospital Beneficente Elmiria Silvério Barbosa, de Sidrolândia, onde os feridos foram encaminhados, os índios voltaram a frisar que vão resistir à reintegração de posse. “Não vamos sair vivos de lá”, afirmou um indígena que não quis se identificar. No entanto, as vítimas atendidas no hospital foram baleadas nas pernas, braços e mãos.

Até o momento, quatro índios baleados pelas forças de segurança, formada pela Polícia Federal, Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) e a Polícia Militar, deram entrada no hospital.

Um deles foi socorrido por Rodrigo Kuniko,  da Granja Nossa Senhora de Fátima. Ele contou estava indo para Sidrolândia, quando encontrou os índios socorrendo um dos amigos. Como o pneu do carro furou, ele pegou o indígena ferido e o levou até o hospital.

Dos quatro baleados encaminhados ao local, um foi liberado após receber curativos na perna. Outros dois já estão fora de perigo, mas seguem na unidade hospitalar. O quarto envolvido ainda é submetido a avaliação médica.

A PF não permite acesso ao local do conflito, onde ocorre o despejo. Os índios denunciaram que o grupo chegou atirando e não estaria usando balas de borracha. “Eles estão usando balas de verdade e querem matar a gente”, denunciou um dos índios ouvidos pelo Midiamax.

A situação é tensa porque os cerca de 3 mil índios resistem a deixar a propriedade. O vereador Cledinaldo Cotócio (PP) disse que os invasores estão armados com flechas e pode ocorrer uma tragédia no local.

Dono da Fazenda Buriti, Ricardo Bacha, acompanha a situação da Capital. Ele disse que não foi à fazenda para não acirrar os ânimos e espera a desocupação pacífica da área.

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