Protestos bloqueiam rodovias; estivadores paralisam portos
A mobilização convocada por centrais sindicais nesta quinta-feira bloqueou rodovias em pelo menos 11 Estados, deixou escolas fechadas, paralisou atividades em portos e deve concentrar milhares de manifestantes às ruas do país. O movimento, chamado pelas centrais de Dia Nacional de Lutas, visa a pressionar o governo federal a aceitar a pauta unificada dos sindicalistas, […]
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A mobilização convocada por centrais sindicais nesta quinta-feira bloqueou rodovias em pelo menos 11 Estados, deixou escolas fechadas, paralisou atividades em portos e deve concentrar milhares de manifestantes às ruas do país.
O movimento, chamado pelas centrais de Dia Nacional de Lutas, visa a pressionar o governo federal a aceitar a pauta unificada dos sindicalistas, que inclui redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), houve bloqueio em rodovias de 11 Estados. Em São Paulo, a via Dutra foi fechada nos dois sentidos nesta manhã, na atura de São José dos Campos e Caçapava, mas depois liberada.
Os bloqueios aconteceram apesar de liminar obtida na véspera pela Advocacia Geral da União que impediam o bloqueio de estradas federais de São Paulo, sob pena de pagamento de multa de 100 mil reais por hora.
Várias categorias, de metalúrgicos, trabalhadores do transporte, construção civil, servidores públicos, entre outras, suspenderam o trabalho nesta quinta.
Nos principais portos do país, os trabalhadores iniciaram uma greve de um dia nesta quinta em apoio à ampla manifestação sindical, paralisando operações no porto de Santos.
Os estivadores em Santos realizaram uma manifestação de seis horas na quarta-feira, afetando cerca de 13 navios porta-contêineres, mas não graneleiros com cargas como soja e milho.
Nesta quinta, a paralisação se espalhou para portos em todo o país, incluindo Paranaguá, Rio Grande, Espírito Santo, Fortaleza, Pernambuco e São Luís, disse o presidente da Federação Nacional dos Estivadores, Wilton Barreto, em Brasília.
O Dia Nacional de Lutas foi convocado na esteira da onda de manifestações apartidárias e convocadas nas redes sociais, que levou mais de um milhão de pessoas às ruas no mês passado, e resultou na redução das tarifas de transporte público em várias cidades do país e na votação de projetos importantes pelo Congresso Nacional.
Há previsão de mobilizações em todos os Estados. Em São Paulo, além de bloqueios em rodovias, manifestantes seguiam para a avenida Paulista, a principal da cidade. O transporte público, no entanto, operava normalmente.
“Não estamos atrasados, sempre estivemos aqui. Estamos aqui para exigir que Dilma cumpra suas promessas”, disse a bancária Adriana Magalhães, uma das organizadoras da CUT no protesto em São Paulo.
A Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo acertou com as centrais que um oficial da Polícia Militar e um líder sindical acompanharia as manifestações em cada um dos 35 pontos onde estão agendados protestos na capital paulista e região metropolitana.
“Os organizadores também assumiram o compromisso de não promover a obstrução absoluta das rodovias, o que é proibido por lei”, disse a secretaria em nota divulgada na noite de quarta-feira.
No Rio de Janeiro, a concentração será na Candelária e, em Brasília, está programada uma caminhada que terá como destino o Congresso Nacional.
Pela manhã, houve um bloqueio na Rio-Santos, na altura de Itaguaí. Os manifestantes, cerca de mil, de acordo com a PRF, atearam fogo a pneus e pedaços de madeira.
A CUT não deu uma estimativa do número de manifestantes no país, mas a central afirmou que a mobilização conta com um “grande ato” em Brasília, com uma caminhada para o Congresso e paralisações e manifestações em ministérios.
A pauta de reivindicações do Dia Nacional de Lutas inclui redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução salarial, rejeição ao projeto de lei que regulamenta as terceirizações, fim do fator previdenciário, 10 por cento do Produto Interno Bruto para a educação, 10 por cento do Orçamento da União para a saúde, melhoria do transporte público, valorização das aposentadorias, reforma agrária e suspensão dos leilões de petróleo.
A CUT, central alinhada com o PT, partido da presidente Dilma Rousseff, pretende usar os protestos para defender também a realização de um plebiscito para a reforma política, ideia lançada por Dilma em resposta à onda de manifestações do mês passado.
Já a Força Sindical, presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, que é crítico ao governo Dilma, prometia protestar contra a inflação e por mudanças na equipe econômica.
Além da CUT e Força Sindical, a mobilização de quinta-feira está sendo organizada pela Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), CSP – Conlutas e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), além de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
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