Presidente filipino critica autoridades locais por resposta a tufão
O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, criticou neste domingo as autoridades locais de algumas áreas do país por não estarem totalmente preparadas para a devastação causada pelo tufão Hayan. Durante uma visita à cidade litorânea de Guiuan ele elogiou o governo local por ter realizado uma evacuação apropriada da população, mas acrescentou que a situação […]
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O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, criticou neste domingo as autoridades locais de algumas áreas do país por não estarem totalmente preparadas para a devastação causada pelo tufão Hayan.
Durante uma visita à cidade litorânea de Guiuan ele elogiou o governo local por ter realizado uma evacuação apropriada da população, mas acrescentou que a situação contrastava com a de outras cidades.
Guiuan, na província de Samar, foi a primeira cidade atingia pelo Hayan no dia 8 de novembro. Aquino afirmou que a evacuação ordenada pelo prefeito limitou o número de mortes para menos de cem.
Mas, o presidente sugeriu que outros lugares não estavam tão bem preparados.
“Como seu presidente, não posso ficar irado, mesmo se já estiver transtornado”, disse o presidente a jornalistas. Aquino acrescentou que terá que “suportar” a raiva.
Aquino também visitou Tacloban, uma das cidades mais devastadas pelo tufão, na província de Leyte, e afirmou que o governo vai fornecer tudo o que a população precisar. Mas, o presidente pediu paciência.
“Nosso maior problema é alimentar 1,4 milhão de pessoas todos os dias. Mas o governo tem os recursos e estamos nos movimentando mais depressa”, afirmou.
O próprio Benigno Aquino foi criticado pela resposta do governo das Filipinas ao tufão.
No sábado, a secretária de Bem-Estar Social e Desenvolvimento das Filipinas, Corazon Soliman, admitiu em uma entrevista que a resposta do governo do país ao desastre foi muito lenta para conseguir chegar a algumas áreas.
“Vamos dobrar nossos esforços para distribuir suprimentos pois estamos ouvindo reclamações”, disse.
O tufão Hayan foi uma das tempestades mais fortes já registradas, com ventos acima dos 320 quilômetros por hora. Ondas gigantescas atingiram o litoral das Filipinas.
A tempestade matou mais de 3,6 mil pessoas. Meio milhão de filipinos estão sem casa, mais de 1,1 mil ainda estão desaparecidos e, segundo a ONU, cerca de 11 milhões de pessoas foram afetadas pelo tufão.
Missas
Neste domingo, milhares de pessoas participaram de missas em igrejas parcialmente destruídas no país de maioria católica.
Muitos foram agradecer por terem sobrevivido ao Hayan, outros foram rezar por familiares mortos.
Em Tacloban, o padre Amadero Alvero realizou a missa para 500 pessoas na igreja de Santo Nino, no centro da cidade, onde a chuva entrava pelo telhado danificado.
“Apesar do que aconteceu, ainda acreditamos em Deus”, afirmou.
Muitos dos fiéis estavam com sombrinhas e guarda-chuvas abertos dentro da igreja, segundo o repórter da BBC na cidade Jeremy Cooke.
Do lado de fora, o caos continuava, com a maioria das casas destruídas.
Mas, de acordo com Cooke, pela primeira vez, há sinais de que os moradores estão começando a reconstruir suas casas, puxando tábuas e outros objetos que podem reaproveitar para construir abrigos.
No entanto, muitos caminhões ainda passam levando corpos para um cemitério nos arredores de Tacloban.
“Mais de mil corpos são colocados cuidadosamente em duas valas paralelas. A maioria das vítimas irão para as valas comuns sem identificação”, afirmou o jornalista.
Ajuda
Os helicópteros da Marinha dos Estados Unidos, que começaram a entregar no sábado os primeiros carregamentos de suprimentos para os sobreviventes do tufão, foram cercados por multidões.
As aeronaves partem do porta-aviões USS George Washington levando água potável e alimentos.
Apesar de os suprimentos terem começado a chegar, a ONU afirma que as pessoas ainda não receberam ajuda nas áreas montanhosas do país.
“Continuo preocupada com a saúde e bem-estar de milhões de homens, mulheres e crianças”, afirmou a chefe do setor humanitário da ONU, Valerie Amos.
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