O farmacêutico Lucas Marques Pereira de Rezende, 25 anos, levou um soco na boca na manhã desta quarta-feira (3) quando protestava por melhoria salarial, dentre outras reivindicações, em frente a Superintendencia Regional do Trabalho e Emprego, localizada na rua 13 de maio, centro.

Segundo o profissional, o presidente do sindicato dos proprietários de farmácia, Roberto Martins Rosa, deu um soco nele por ele ter reagido aos deboches do presidente e do advogado do sindicato. “Eles saíram da delegacia dizendo dois e quinhentos não, dois e quinhentos não. Ai nós gritamos palavras de ordem como Dois mil não é salário. Foi quando ele veio e me deu um soco”, conta.

Conforme o profissional, as manifestações estavam pacificas e não havia o porquê da reação agressiva do presidente do sindicato patronal. “Nós estávamos apenas gritando palavras de ordem e fazendo um apitaço com nariz de palhaço. Não há motivo para a agressão”, critica.

O jovem e o grupo de manifestantes que estavam na delegacia trabalhista foram até a Depac-Centro (Delegacia de Pronto Atendimento a Comunidade) para registrar o boletim de ocorrência contra o presidente do sindicato e proprietário da rede de Farmácias DrogaFic.

O grupo informou ainda que vai solicitar as imagens das câmeras de segurança, que ficam em frente a DRT, para comprovar a agressão.

Reivindicação

Os estudantes e profissionais de Farmácia alegam que o salário médio é de R$ 1.862, por 44 horas e os profissionais querem o pagamento de R$ 2.500. Eles também reivindicam um adicional de 40% sobre o piso para quem estiver em cargo de gerência e a outros benefícios como vale-refeição, hora-extra remunerada, entre outros.

Conforme o presidente do Sindicato dos Farmacêuticos (Sinfar/MS), Luiz Gonçalves Mendes Junior, o Estado possui o 4° menor salário do Brasil para trabalhar em farmácias e drogarias. “Uma pesquisa de março da Federação Interestadual de Farmacêutico mostrou que a ordem dos piores salários são Pernambuco, Paraíba e Amazonas, seguida por Campo Grande”.

Hoje, por volta das 18h está agendada uma audiência pública para discutir sobre o assunto na Câmara Municipal de Campo Grande.