Antecipando o clima que se espera durante a votação dos 13 destaques à Medida Provisória (MP) 621, que cria o Programa Mais Médicos, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), resumiu: “é uma guerra”.

Alves chegou a afirmar que as pessoas que acompanharem a sessão vão se admirar com a temperatura do plenário. Poucas horas antes, a presidenta Dilma Rousseff manifestou uma posição mais serena, enquanto esteve no Congresso para uma solenidade em homenagem aos 25 anos da Constituição Federal. Na solenidade, Dilma mostrou-se animada com o resultado da sessão iniciada ontem (8).

Durante a madrugada, a Câmara aprovou o texto principal da MP, que cria o programa destinado a levar médicos para o interior do país e periferias das grandes cidades, não têm profissionais atuando. Depois de quase seis horas de discussão em torno do texto, os deputados decidiram deixar para a tarde de hoje os destaques apresentados pelas legendas para alterar alguns pontos do texto.

O ministro da saúde, Alexandre Padilha, num tom mais prudente, disse que só vai se manifestar no final da votação dos destaques, prevista para a tarde de hoje (9). O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não espera mudanças significativas no texto. “Se o relator [deputado Rogério Carvalho (PT-SE)] entender que alguma mudança deva ocorrer, estará em consonância com o Executivo”, afirmou.

“Ontem ninguém falou contra o mérito do programa. Acho que essa é a maior vitória, inclusive do governo. Podem ser discutidos [hoje] aspectos [do programa], mas o grande embate acabou: se valia a pena. Vale a pena”, avaliou o deputado. Chinaglia disse que está conversando com os líderes da base aliada para tentar convencer os parlamentares a abrir mão de discursos para garantir que a votação seja concluída ainda nesta quarta-feira.