Pirâmide alimentar é redesenhada para melhorar a dieta dos brasileiros
Esquema gráfico que indica a proporção de cada tipo de alimento que deve ser ingerida diariamente, a pirâmide alimentar adotada no Brasil foi criada em 1999, pela pesquisadora Sonia Tucunduva Philippi, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo). Agora, pela primeira vez, o instrumento de consulta passou […]
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Esquema gráfico que indica a proporção de cada tipo de alimento que deve ser ingerida diariamente, a pirâmide alimentar adotada no Brasil foi criada em 1999, pela pesquisadora Sonia Tucunduva Philippi, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo). Agora, pela primeira vez, o instrumento de consulta passou por modificações para melhorar a qualidade da dieta dos brasileiros.
As proporções continuam as mesmas, assim como a disposição dos grupos de nutrientes na pirâmide. O que mudou foi a inclusão de alguns alimentos, como o arroz integral , as folhas verdes-escuras, peixes como salmão e sardinha e oleaginosas como castanha-do-pará.
Excesso de peso
Já foi comprovado que uma alimentação saudável e a prática de exercício físico são fatores essenciais para a boa saúde. Mas será que a população brasileira está comendo de forma adequada? Dados da última Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que não. O excesso de peso em homens adultos saltou de 18,5% para 50,1% em poucos anos (de 2006 para 2010) — ou seja, metade deles está acima do peso. Em relação às mulheres, a proporção passou de 28,7% para 48% no mesmo período.
Segundo Mauro Fisberg, nutrólogo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a orientação para uma alimentação adequada é essencial para se combater a obesidade. “A pesquisa realizada pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde, veio constatar tal fato, apontando que quase metade da população brasileira está acima do peso. Como consequência da má qualidade da dieta e do aumento do sedentarismo, há um maior risco de se desenvolver Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT’s) como o diabetes, obesidade, hipertensão e problemas cardiovasculares”, aponta o especialista.
Para orientar a população sobre a importância de uma alimentação saudável na manutenção da boa saúde, a pesquisadora colaborou com o Ministério da Saúde no desenvolvimento do “Guia Alimentar Brasileiro”, com os cálculos do número de porções, e valor energético médio de cada uma delas, para todos os grupos alimentares e para uma dieta de 2000 calorias (a pirâmide anterior continha 2.500 calorias).
O trabalho foi apresentado no 5º Congresso Brasileiro de Nutrição Integrada (CBNI), realizado no mês passado, cujo tema central foi “Translação da Ciência para a Prática Nutricional”.
“O redesenho e a inserção de novos alimentos foram necessários para melhor adaptação à dieta e aos hábitos culturais dos brasileiros. A refeição é um momento no qual se deve ter prazer. Então, as boas escolhas alimentares também devem levar esses fatores em consideração”, declara Philippi.
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