PIB do estado vai cair 25% se terras forem para indígenas, diz Famasul

Durante encontro com deputados, na manhã desta quinta-feira (23), na Assembleia Legislativa, Rui Facchini, da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), afirmou que 29 municípios da região sul do estado estão envolvidos em conflitos com áreas indicadas para desapropriação. Segundo ele, se as terras forem desapropriadas 60% da soja e […]

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Durante encontro com deputados, na manhã desta quinta-feira (23), na Assembleia Legislativa, Rui Facchini, da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), afirmou que 29 municípios da região sul do estado estão envolvidos em conflitos com áreas indicadas para desapropriação. Segundo ele, se as terras forem desapropriadas 60% da soja e do milho produzidos no estado vão deixar de serem produzidos, o que impactaria em redução de 25% do PIB sul-mato-grossense. “O Estado vai quebrar”, criticou. A previsão do PIB de Mato Grosso do Sul para este ano, segundo Semac/Caes 2012, é de R$ 52,933 bilhões.

Os representantes da Famasul, Acrissul (Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul) e Sindicatos Rurais, cobram dos deputados mais atuação em relação aos conflitos de terra no estado. O produtor rural, Ricardo Bacha, que está com a sua propriedade invadida em Sidrolândia também está na Casa de Leis. Ele declarou que irá até a fazenda na tarde de hoje para tentar conversar com os índios. Segundo ele, o tema a ser discutido é sobre o ultimato que ele recebeu para retirar seus pertences da fazenda.

O presidente da Casa de Leis, Jerson Domingos (PMDB), tentou acalmar os produtores e disse para que eles não sejam Kamikaze, nem um mártir para resolver os problemas dos outros. Mas, confessou que se fosse com ele já teria morrido. “Não é isso que eu quero, vou pedir uma medida imediata à bancada federal que peça uma audiência com o ministro da Justiça para que ele atenda uma Comissão de Produtores e medidas sejam tomadas para precisar mais comunicar pela milésima vez o que está acontecendo no Estado”, disse.

Ele lembrou que o clima é de tensão e é preciso atuar logo, pois tem medo que mortes aconteçam. “Vou pedir a presença do governador e do Jacini, na audiência com o ministro”, avisou.

Já o deputado estadual Pedro Kemp (PT) disse que o Governo Federal está sendo omisso na questão dos conflitos de terra e a solução não é simplesmente o que a ministra Gleisy Hoffmann fez de paralisar as demarcações. “Isso só vai adiar o problema”, criticou.

Para Kemp o Governo tem que garantir terras para que os indígenas sobrevivam com dignidade, mas que os produtores não saiam com uma mão na frente e outra atrás.

Ele lembrou que MPF (Ministério Publico Federal) tem um levantamento que revela que na região sul do estado há 32 mil hectares de terras que foram confiscadas por bancos, desapropriadas do tráfico de drogas que podem servir para negociações e permutas para a resolução da questão indígena.

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