Petrobras tem lucro de R$ 21,1 bilhões em 2012, o menor desde 2004

A Petrobras registrou lucro de R$ 21,182 bilhões em 2012, o menor desde 2004 (veja o gráfico abaixo). No quarto trimestre, a estatal teve um lucro de R$ 7,7 bilhões, cifra 53,4% maior que em igual período de 2011, de acordo com balanço divulgado na noite desta segunda-feira. Segundo comunicado da empresa, o resultado reflete […]

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A Petrobras registrou lucro de R$ 21,182 bilhões em 2012, o menor desde 2004 (veja o gráfico abaixo). No quarto trimestre, a estatal teve um lucro de R$ 7,7 bilhões, cifra 53,4% maior que em igual período de 2011, de acordo com balanço divulgado na noite desta segunda-feira.

Segundo comunicado da empresa, o resultado reflete “os efeitos da depreciação cambial, maior participação de derivados importados no volume de vendas e aumento das despesas operacionais com maiores baixas de poços secos/subcomerciais”.

A alta na importação de derivados impacta negativamente o resultado porque a Petrobras vende mais barato no mercado doméstico o combustível que compra no exterior. “Os resultados do segmento de abastecimento da empresa refletiram, nesses últimos anos, uma incapacidade de dar conta da alta na demanda doméstica”, afirma Bruno Piagentini, analista da Coinvalores.

“De 2009 para cá, a produção e a geração de caixa da estatal caíram”, diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). “A empresa tem precisado fazer investimentos pesados, mas não teve a contrapartida de poder aumentar os combustíveis para os patamares praticados internacionalmente”, afirma.

Na semana passada, a Petrobras anunciou um aumento de 6,6% na gasolina e de 5,4% no diesel para o preço de venda nas refinarias. Para o consumidor, o impacto será menor, entre 4% e 5,3%, segundo consultorias.

Esses reajustes eram altamente desejados pela empresa, que condiciona a pesada carga de investimentos previstos no plano de negócios (US$ 236 bilhões entre 2012 e 2016) a um preço mais alto do combustível vendido no País. Em 2013, a estatal deve investir entre R$ 85 bilhões e R$ 90 bilhões. “Nesses próximos dias, os analistas irão analisar o balanço e olhar para a capacidade de investimento da empresa”, afirma Piagentini.

O aumento do combustível, contudo, não acaba com a defasagem de preços em relação ao mercado internacional, mas garante a continuidade de projetos e investimentos. Além disso, alivia o caixa da companhia, que registra prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão ao mês com a diferença entre os preços de importação de diesel e gasolina e os praticados no mercado doméstico.

Reportagem da agência Reuters mostrou que a Petrobras tem atrasado pagamentos a fornecedores e provocado dificuldades financeiras na cadeia de prestadores de serviços.

Os atrasos teriam começado após a companhia ter adotado uma política de redução de custos em meio a prejuízos na sua divisão de Abastecimento, aumentos de custos e produção estagnada. Há também o atraso de pagamento para fundos de recebíveis criados para financiar esses prestadores de bens e serviços.

O balanço também registra que a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 15%, para R$ 11,9 bilhões, no quarto trimestre do ano passado.

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