Pular para o conteúdo
Geral

Pesquisa afirma que desmatamento da Amazônia pode diminuir geração de energia de Belo Monte

Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira na PNAS, periódico da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, mostra que a destruição das florestas tropicais pode ter mais uma consequência indesejada para o Brasil: ela pode afetar a própria produção energética do país. Os pesquisadores focaram seu estudo na Floresta Amazônica e descobriram que, se o desmatamento […]
Arquivo - Publicado em
Compartilhar

Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira na PNAS, periódico da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, mostra que a destruição das florestas tropicais pode ter mais uma consequência indesejada para o Brasil: ela pode afetar a própria produção energética do país.

Os pesquisadores focaram seu estudo na Floresta Amazônica e descobriram que, se o desmatamento não for controlado, em 2050 a geração de energia da Usina de Belo Monte pode cair para até um quarto da produção máxima projetada.

“Nosso estudo mostra que os grandes esforços feitos pelo Brasil para diminuir o desmatamento na Amazônia estão, na verdade, contribuindo para assegurar o suplemento de energia do país”, diz Claudia Stickler, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e autora do estudo.

Segundo os cientistas, as áreas tropicais tendem a ser locais importantes para a instalação de usinas hidrelétricas, por causa da grande quantidade de rios e chuvas, que são aproveitados para geração de energia.

Até agora, no entanto, nenhum estudo havia mostrado como a diminuição dessas florestas poderia afetar essa produção. Alguns pesquisadores, na verdade, estimavam que as plantas absorvessem grandes quantidades de água, impedindo que elas chegassem aos rios e diminuindo seu fluxo para as usinas eles previam que o desmatamento poderia aumentar a produção de energia.

“O problema é que os desenvolvedores de plantas energéticas costumam ignorar os efeitos do desmatamento futuro. Ou, quando levam em conta, pensam que ele pode aumentar a quantidade de água fluindo pelas barragens. Nossos resultados mostram o oposto disso”, diz Stickler.

Os pesquisadores combinaram uma série de dados da hidrologia, ecologia, uso da terra, climatologia e ecologia para produzir uma série de modelos de geração de energia em diferentes níveis de desmatamento da região. Como resultado, descobriram que os cenários com maior cobertura florestal eram aqueles com maior produção energética.

Isso acontece porque a água liberada pelas plantas na forma de vapor aumenta a queda de chuva na região. Nos níveis atuais de desmatamento, de cerca de 15%, a quantidade de chuva deve diminuir em de 7% em toda a área. Com uma perda de 40% da cobertura vegetal o que alguns pesquisadores dizem que deve pode acontecer até 2050 a queda na quantidade de chuva deve ser de 11% a 15%.

Desmatamento e apagão A Usina de Belo Monte deve entrar em operação em 2015. Segundo o governo, sua capacidade máxima de produção de energia será de 11.000 megawatts por ano, mas a pequena capacidade do reservatório e a sazonalidade do rio devem fazer com que a produção fique em apenas 40% disso. Essas estimativas não levam em conta, no entanto, o desmatamento da região.

Segundo os cálculos, a redução projetada de 40% da cobertura florestal até 2050 fará com que a produção de energia fique em 25% da capacidade máxima, e em 60% das previsões mínimas. “Esses resultados são extremamente importantes para o planejamento energético de longo prazo”, explica o climatologista Marcos Costa, pesquisador da Universidade Federal de Viçosa.

“Nós estamos investindo bilhões de dólares em plantas de hidrelétricas ao redor do mundo. Quantas mais florestas sobrarem de pé, mais água teremos nos rios, e mais eletricidade seremos capazes de gerar com esses projetos”.

Segundo os pesquisadores, o novo estudo destaca a necessidade de os planejadores levarem em conta a cobertura florestal de determinada região quando forem calcular o potencial de geração energética de um projeto.

“Agora, nós temos uma grande evidência de que a habilidade brasileira de gerar eletricidade depende da conservação da floresta”, diz Daniel Nepstad, diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, que também participou do estudo.

As hidroelétricas responsáveis por cerca de 80% da eletricidade gerada no Brasil ganham cada vez mais importância ao redor do mundo, por causa da baixa emissão de gases do efeito estufa e grande capacidade de armazenamento.

Segundo Nepstad, isso faz com que o resultado da pesquisa não seja importante somente para o Brasil, mas também para outros países da América do Sul, África e Ásia. “Peru, Colômbia, Congo, Vietnã e Malásia estão se voltando para a ‘energia verde’ produzida pelas hidrelétricas para dar conta da demanda de suas economias crescentes”, diz o pesquisador.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre 'cratera' na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra 'fotógrafo de ricos' em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Cotidiano

Escolas rurais da Reme, de Campo Grande, voltam às aulas dia 17

Decisão ocorreu devido a fatores climáticos e de logística

Cotidiano

Castramóvel, Drive-thru da Oração e Ação do Procon interditam trânsito de Campo Grande neste fim de semana

Há interdições previstas para segunda, terça e quarta-feira também

Polícia

Lojas de tênis alvo de fiscalização reabrem com os mesmos produtos no centro de Campo Grande

As lojas foram fiscalizadas na última quarta-feira (5)

Polícia

Homem tenta esfaquear outro e acaba agredido com soco na Praça Ary Coelho

Vítima foi levada até a UPA Coronel Antonino na tarde desta sexta-feira (7)