Perto de atingir o sonho de ser famoso, músico morre e irmão suspeita de negligência

O jovem que tocava na noite de Campo Grande havia recebido um convite para integrar a banda de Michel Teló. Segundo irmão gêmeo de Helton, é preciso saber se houve negligência no caso.

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O jovem que tocava na noite de Campo Grande havia recebido um convite para integrar a banda de Michel Teló. Segundo irmão gêmeo de Helton, é preciso saber se houve negligência no caso.

O músico Helton Sambrana Maia, 29 anos, estava na melhor fase da vida e da carreira. Com 29 anos de idade, o jovem que tocava na noite de Campo Grande havia recebido um convite para integrar a banda de Michel Teló. O sonho de ser famoso, de ser reconhecido estava preste a acontecer. Mas, tudo acabou após ficar doente e falecer na madrugada de domingo (14) após sucessivos erros no atendimento do contrabaixista.

O irmão gêmeo dele, Herlon Sambrana Maia, conta que o músico passou mal na quinta-feira (11) passada e foi até uma farmácia comprar remédio para resfriado. Segundo ele, o irmão tomou as medicações, mas não melhorou. Quando foi na sexta-feira (12) à noite foi ao posto de saúde do Guanandi, pois sentia muito dor. Lá o médico que o atendeu passou um analgésico intravenoso e o liberou para voltar para casa.

No sábado ele piorou, conta o irmão, e minha avó me ligou dizendo para eu vir ajudar, pois ele estava muito mal. “Quando cheguei aqui na casa dele. Ele estava passando muito mal. Nem me reconheceu. Não estava reconhecendo ninguém. Foi quando liguei para o Corpo de Bombeiros pedindo ajuda”, diz.

O Corpo de Bombeiros, por sua vez, conta Herlon, disse que não tinha viatura e que era para ligarmos para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). “Era por volta das 8h30 da manhã quando liguei para o Samu. Eles também falaram que não tinham como vir naquela hora, pois estavam fazendo muitos acidentes de moto. Então, pedi ajuda ao vizinho, coloquei meu irmão no carro e levei eu mesmo, com minha mulher ao posto Guanandi”, revela.

A cunhada, Jolmara Antunes Maria, conta que assim que chegaram ao posto Helton foi colocado em uma maca e uma equipe veio atendê-lo. Ela revela que deram uma medicação nele, que ela não sabe dizer o que era, e a partir daí ele começou a ficar roxo e inchar.

“Depois que deram a injeção ele começou a ficar roxo. Fico todo roxo. Ai o pescoço, a barriga, começou a inchar ficou enorme”, emenda a tia Maria das Graças da Silva.

A mãe emocionada também se lembra do filho roxo. “A mãozinha dele toda roxa”, foram as únicas palavras de dona Salete Maia, durante toda a entrevista.

Nesta hora, Helton foi entubado e levado para a Santa Casa. “Demos entrada na Santa Casa às 12h . E o médico só veio falar com a gente já era umas 21h”, diz Jolmara Antunes Maria.

Durante o tempo que Helton ficou no setor vermelho da Santa Casa, a família revela que não sabe dizer quem o atendeu ou se foi atendido por uma equipe médica. Segundo eles, a informação passada por um enfermeiro foi de que uma junta iria avaliá-lo assim que terminasse uma cirurgia.

“Ficamos lá aguardando o tempo todo sem notícias. Sabemos que deram entrada como pneumonia porque era o que estava escrito no papel”, diz o irmão. Quando foi umas 17h a família decidiu ir para casa, tomar uma banho, descansar um pouco para voltar ao hospital. E quando foi 19 horas a assistente social da Santa Casa ligou dizendo que precisavam voltar para o hospital, pois o estado dele era grave.

Quando a família chegou um médico veio e conversou com todos. Herlon não se lembra do nome do profissional. “Ele veio e disse que meu irmão teve três paradas cardíacas e que a noite seria longa. Que não era para nós sairmos de lá”, conta se perguntando se o irmão já não estava morto.

E quando era 1h30, a família foi comunicada da morte do jovem. Segundo o irmão o laudo diz que ele morreu por choque séptico e meningite bacteriana. Entretanto, ele diz achar o resultado estranho porque Helton não teria ficado isolado. O que não poderia acontecer com uma doença contagiosa.

A família está inconformada com a morte. Para todos, se o atendimento não tivesse sido negligenciado com tanta demora talvez a história fosse diferente. “Acredito muito em Deus e sei que nada foge dele. Se o propósito de Deus para meu irmão era este, a gente aceita. Mas, preciso saber se houve negligência”, finaliza o irmão.

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