Pentacampeão apoia protestos: “pouco deixam o jogador falar no Brasil”

Com a carreira dividida entre o Brasil e Europa, o ex-zagueiro Roque Júnior manifestou apoio ao movimento Bom Senso FC, que na noite da última quarta-feira organizou um protesto coletivo em todas as partidas do Campeonato Brasileiro para pressionar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por mudanças no calendário nacional. De passagem por Miami, onde […]

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Com a carreira dividida entre o Brasil e Europa, o ex-zagueiro Roque Júnior manifestou apoio ao movimento Bom Senso FC, que na noite da última quarta-feira organizou um protesto coletivo em todas as partidas do Campeonato Brasileiro para pressionar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por mudanças no calendário nacional.

De passagem por Miami, onde a Seleção enfrenta Honduras no próximo sábado, o pentacampeão visitou o amigo Luiz Felipe Scolari e se posicionou sobre o momento do futebol brasileiro. Roque Júnior reclamou da postura paternalista no Brasil e defendeu uma maior representatividade dos jogadores para acabar com o que classificou como relação unilateral.

“Se pegarmos o exemplo de todos os outros países, quando você vai decidir alguma coisa, todos que fazem parte do processo sentam na mesa para dar opinião, para planejar. Então você tem representante dos jogadores, do árbitros, treinadores, dos patrocinadores, das federações…”, disse.

“No Brasil não temos isso e cada vez mais tem essa briga do calendário. Cada vez se joga mais, você tem menos para o descanso, para o treinamento, que é fundamental também para o nível do jogo. Envolve não só os jogadores, mas de marketing, das empresas, do torcedor, é valido. Estão tentando conseguir uma representação deste processo é valido”, completou.

Roque Júnior jogou no Brasil até os 24 anos. Depois passou nove anos no exterior, onde viu muitas diferenças em relação ao que ocorria em seu país. A principal: a falta de voz para mudar os rumos do futebol nacional.

“É diferente. A classe é mais organizada, como todo o resto é mais organizado que a gente. A gente tem que mas copiar algumas coisas e adaptar a uma realidade. Mas é mais complexo. Para trazer o que é bom, mas há uma diferença muito grande”, afirmou.

“Primeiro temos essa coisa paternalista. Na Europa é diferente. O relacionamento que você tem nestas áreas é diferente, há um respeito. Não é unilateral. Não é tão paternalista, até por uma questão de formação. Aqui é muito mais comandado. Na nossa história pouco deixam o jogador falar. E isso é importante”, completou.

O protesto que mais chamou na rodada teve como cenário Itu, onde São Paulo e Flamengo se enfrentaram pela Série A. O árbitro Alício Pena Júnior ameaçou punir os 22 jogadores em campo em caso de protestos, mas os atletas burlaram a situação trocando passes entre sei.

“Ontem eles se viraram muito bem porque ameaçou que ia dar o amarelo, na hora improvisaram e fizeram o protesto de uma outra maneira. Acho exagero querer dar o cartão amarelo por um protesto que os jogadores estão fazendo para o bem do futebol”, afirmou.
Os jogadores da Seleção Brasileira devem se pronunciar sobre o ocorrido na tarde desta quinta-feira, quando estão marcadas entrevistas para o Hotel JW Marriot. A cúpula da CBF chega a Miami apenas na sexta-feira para acompanhar o amistoso contra Honduras.

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