Penitenciária de Naviraí aposta no trabalho prisional como meio de reinserção social
O trabalho como forma de reinserção social. Com essa proposta, reeducandos estão atuando em atividades variadas na Penitenciária de Segurança Máxima de Naviraí, onde são produzidas redes para motos, suporte de papel para vidros, além da realização de manufatura de crinas e atuação na cozinha industrial, entre outros. Além da ressocialização, o trabalho contribui para […]
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O trabalho como forma de reinserção social. Com essa proposta, reeducandos estão atuando em atividades variadas na Penitenciária de Segurança Máxima de Naviraí, onde são produzidas redes para motos, suporte de papel para vidros, além da realização de manufatura de crinas e atuação na cozinha industrial, entre outros.
Além da ressocialização, o trabalho contribui para a harmonia do ambiente prisional, já que quando se ocupam positivamente os apenados costumam apresentar um comportamento melhor, conforme o diretor do presídio, João Joaquim Felipe. “Essas atividades desenvolvidas contribuem para que os presos se sintam produtivos e úteis de alguma forma dentro da unidade, minimizando a ansiedade”, explica.
As oficinas são fruto de parcerias da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) com empresas privadas. Pelo trabalho, os reclusos recebem remuneração e conquistam remição de um dia na pena a cada três de serviço prestado.
Na fabricação de redes para motos, dirigida pela empresa “MS Extensores”, 17 internos atuam em todo o processo de montagem do material até o embalamento. Vinte e três custodiados também trabalham na manufatura de crinas; eles separam o material, utilizando pentes de metal, dividindo tudo em mechas para amarrar. O produto final são rolos de crina, os quais são retirados pela empresa e levados para serem utilizados na confecção de pincéis, vassouras e similares.
Com uma produção diária de 20 caixas, o trabalho com suporte de papel para vidros consiste no destaque e dobradura de papelões, além da aplicação da cola. O material é inserido na ponta de folhas de vidro e espelhos, para evitar que eles se quebrem.
Carlos Alberto Garcia, 48 anos, é um dos 15 encarcerados que prestam serviços na oficina de suportes de papel montada pela empresa All Box. Ele garante que isso ajuda a “distrair a mente” e, assim, “evitar de se envolver em confusões”. Segundo o detento, a ocupação também contribui para a melhoria da autoestima. “Eu tenho medo do preconceito que vou sofrer lá fora, sei que vai ser difícil encontrar uma porta aberta, mas trabalhando aqui dentro a gente acaba levando pra rua essa vontade de vencer”, garante.
Na cozinha industrial, onde atuam nove detentos, é produzida uma média de 1350 refeições por dia, entre café da manhã, almoço e jantar. No local, trabalham nove reeducandos, com remuneração mensal de ¾ do salário mínimo vigente.
Atualmente, 106 internos trabalham no presídio, destes mais de 60% em atividades remuneradas. Para o diretor da penitenciária, o Setor de Trabalho é de suma importância. Joaquim destaca que tudo isso só tem dado certo devido ao fato de o estabelecimento prisional de Naviraí contar com uma boa equipe de trabalho. “Procuramos sempre trabalhar juntos, pensando no bem estar de nossos custodiados e em benefício da unidade penal como um todo”, afirma.
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