Se declarando contra o despejo das 39 famílias do assentamento Santo Antônio, no município de , município distante a 402 km de Campo Grande, as lideranças do Movimento dos Sem-Terra (MST) decidiram fazer hoje o bloqueio de passagem de veículos na entrada do assentamento, na rodovia MS-487, desde 6h.

Este é o quarto dia de manifestação (aconteceu também entre quinta-feira e sábado) no trecho que liga a BR-163 ao complexo de quatro pontes da passagem sobre o rio Paraná, na divisa entre Naviraí (MS) e Icaraíma (PR).

Os assentados ficaram ainda mais revoltados ao saberem que ontem a Justiça Federal de Naviraí concedeu a reintegração ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para haver o despejo em mais doze lotes. Desta nova remessa, seis são do assentamento Lua Branca, na margem da rodovia BR-163. A ação de retomada dos lotes deve prosseguir nesta semana.

Os manifestantes do MST querem a presença do ouvidor agrário nacional imediatamente para identificar o que eles chamam de injustiça e as ações que segundo os líderes do movimento social, são regidas por “arbitrariedades que estão endo cometidas pelo Incra”.

AÇÃO DO INCRA

A ação de reintegração de posse dos lotes para reforma agrária começou no assentamento Santo Antônio, em Itaquiraí, na quarta-feira. Na localidade, cerca de 200 lotes teriam sido vendidos.

O assentamento foi criado em 2007 e conta com 1,3 mil lotes. Segundo o superintendente do Instituto Nacional de Colonização do Incra em Mato Grosso do Sul, Celso Cestari, já foram retiradas 12 famílias.

Cerca de 1,2 mil famílias foram notificadas para desocupar áreas em assentamentos rurais em Mato Grosso do Sul. Esses assentados teriam comprado lotes de maneira irregular. Desde a última quarta-feira (21), a Polícia Militar e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) começaram a cumprir as ordens de desocupação expedidas pela Justiça Federal.

Os lotes recuperados serão destinados à reforma agrária. Atualmente existem 25 mil famílias aguardando na fila de espera.