Um pastor de 30 anos ateou fogo ao próprio corpo terça-feira na província chinesa de Gansu para protestar contra a política da China no Tibete, afirmou nesta quarta-feira a escritora e ativista Tsering Woeser em sua conta no Twitter.

O pastor Kunchok Tseten, do condado de Maqu – região de ampla população tibetana – ficou gravemente ferido, disse Woeser.

Segundo a escritora, foram registrados 27 casos em que tibetanos atearam fogo ao prório corpo como forma de protesto, 25 deles dentro do Tibete.

De acordo com ela, desde 2009, 128 casos semelhantes foram registrados, 123 deles no Tibete e os cinco restantes no exterior.

Woeser é uma das principais defensoras do povo tibetano dentro da China e atualmente vive sob vigilância em Pequim.

As organizações pró-independência do Tibete argumentam que as imolações são atos de desespero causados pela repressão do governo chinês à cultura e à religião no “Teto do Mundo”.

Já o governo chinês acusa os grupos tibetanos no exílio de financiar esses atos de protestos.

A China afirma que o Tibete tem sido há séculos uma parte inseparável de seu território, enquanto os tibetanos argumentam que a região foi muito tempo virtualmente independente até ser ocupada pelas tropas comunistas em 1951, apesar de Pequim considerar esse fato uma “libertação” da “teocracia”.