O presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara, deputado Pastor Feliciano (-SP), reafirmou nesta quarta-feira que não vai renunciar ao cargo em hipótese alguma e desafiou o colégio de líderes da Casa, que junto com o presidente, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), vai pedir a ele para deixar o cargo e por fim à crise iniciada com sua eleição. “Não renuncio de jeito nenhum. O que os líderes podem fazer com a minha vida? Eu fui eleito pelo voto popular e pelo voto do colegiado”, disse.

Feliciano foi na manhã desta quarta-feira à Embaixada da Indonésia entregar um pedido de clemência em favor de dois brasileiros condenados à pena de morte por tráfico de drogas naquele país. Segundo o deputado, noticiário internacional indica que os dois figuram numa lista de estrangeiros que estariam prestes a serem executados por fuzilamento.

Indagado se o momento é oportuno para fazer esse tipo de apelo, em razão da crise na Comissão e de sua fragilidade no cargo, o Pastor mostrou-se muito irritado. “Essa é uma pergunta estúpida. E lá existe tempo para fazer pedido de clemência?”, questionou. Em seguida, dirigindo-se aos jornalistas, ele prosseguiu: “Vocês estão ultrapassando o meu limite de espaço. Estou aqui por um assunto sério e vocês estão de brincadeira”.

Depois, Feliciano reafirmou que não existe crise alguma na Comissão de Direitos Humanos e que vai tocar seu trabalho com tranquilidade. “O que está em crise são vocês, falando besteiras e coisas que não existem”. “Já fizemos duas sessões, e na primeira votamos toda a pauta; na segunda, só fui impedido por causa do tempo”, contou Feliciano, alheio aos protestos sociais contra a sua permanência na presidência da Comissão. Ele confirmou que nesta quarta-feira às 14 horas, haveria a terceira sessão da Comissão, mas não soube dizer se seria aberta ou fechada.