A celebração da Páscoa, que comemora a ressurreição de Cristo, é considerada pela Igreja Católica como a mais importante festa cristã. Sua expressão é ainda mais profunda do que o Natal, que recorda o nascimento de Jesus. Segundo o padre Ângelo Gaio, do Santuário Imaculado Coração de Maria, em Nova Andradina, a Páscoa deve ser celebrada com muita devoção e fé por todos os fiéis, uma vez que ela representa a vitória da vida sobre a morte. “Jesus disse que não há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amados, e Ele fez exatamente isso ao entregar sua vida para garantir a nossa salvação. Ao ressuscitar dos mortos, Cristo garante que nós ressuscitaremos também, por isso, a Páscoa é um momento profundo de celebração e de vivência da nossa fé”, explica o padre.

Segundo Gaio, na Quarta-Feira de Cinzas, celebrada dia 13 de fevereiro, teve início a Quaresma, que é o período de 40 dias que antecedem à Páscoa, e faz alusão ao tempo em que Jesus passou pelas tentações no deserto, por isso muitos cristãos aderem ao jejum, à penitência e às orações mais profundas. No Domingo de Ramos, celebrado neste dia 24 de março, se fala sobre a entrada de Jesus em Jerusalém, quando ele é aclamado pelo povo como rei, porém este mesmo povo iria pedir a sua crucificação alguns dias mais tarde.

Na Quinta-Feira Santa os fiéis celebram a ceia de Jesus com seus apóstolos e a Instituição da Eucaristia, onde ele torna pão e vinho em seu corpo e sangue. Sexta-Feira Santa é o dia crucial da Paixão de Cristo, quando Ele é julgado, torturado e morto na cruz. O padre Ângelo Gaio afirma que este é um dia de recolhimento, de silêncio e oração. No Sábado de Aleluia, já se antecipa a alegria pela ressurreição de Jesus, que é levada a efeito no Domingo de Páscoa.

Festa social

Com relação ao aspecto social da Páscoa, padre Ângelo Gaio disse que, a exemplo do que acontece com o Natal, o comércio e os grandes meios de comunicação pregam uma Páscoa comercial, como se tudo girasse em torno do ovo de chocolate e do churrasco. “Infelizmente em muitos lares, o verdadeiro sentido desta festa cristã é deixado de lado para dar lugar ao consumismo e aos excessos”, critica.

Segundo o padre, a festa social, os ovos de páscoa e o almoço em família só têm sentido se, de forma paralela, a família participar das celebrações e viver com Cristo o mistério de sua ressurreição. “Se a gente vive a Páscoa de forma espiritual, também é válida a realização da festa material, porém, é importante termos moderação, porque se na festa há o exagero, ao invés de criar espírito de união, a comemoração pode gerar situações de discórdia e abusos”, o que desagrada a Deus, alerta o religioso.