Papa sinaliza abertura inédita da Igreja aos gays

Em declarações interpretadas como ousadas e que sinalizam abertura inédita do Vaticano em relação aos homossexuais, o papa Francisco disse a jornalistas durante o voo do Brasil à Itália que “se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?”. O questionamento foi feito a repórteres de todo o mundo durante […]

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Em declarações interpretadas como ousadas e que sinalizam abertura inédita do Vaticano em relação aos homossexuais, o papa Francisco disse a jornalistas durante o voo do Brasil à Itália que “se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?”.

O questionamento foi feito a repórteres de todo o mundo durante uma entrevista coletiva que durou quase uma hora e meia no trajeto entre o Rio de Janeiro e Roma.

Na conversa, o pontífice abordou vários assuntos de forma bastante franca, relatam os jornalistas. Sobre a ordenação de mulheres, por exemplo, ele disse que elas devem ter um papel maior na Igreja, mas que esta porta está fechada.

As afirmações chegam um dia após o encerramento da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, que reuniu milhares de jovens católicos de todo o mundo.

Cinco meses após ter assumido o posto máximo da Igreja Católica, ele sinaliza posições mais abertas do que seu antecessor Joseph Ratzinger, o agora papa emérito Bento 16, que renunciou ao cargo.

“O catecismo da Igreja Católica explica isto muito bem. Diz que eles [os homossexuais] não devem ser marginalizados por causa disto mas que precisam se integrados à sociedade”, disse sobre os gays.

Ele condenou, no entanto, o chamado “lobby gay” no Vaticano, que seria um grupo de pressão a favor dos homossexuais dentro da Igreja.

“O problema não é ter essa orientação. Nós devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby nessa orientação, ou lobbies de pessoas gananciosas, lobbies políticos, lobbies maçônicos, tantos tipos de lobby. Este é o pior problema”.

Francisco também comentou o caso do monsenhor Battista Ricca, que após ser apontado pelo próprio papa para gerenciar o Banco do Vaticano foi acusado de manter relações sexuais com garotos de programa quando trabalhava na Embaixada do Vaticano em Montevidéu e de manter um amante.

“No caso monsenhor Ricca, eu fiz o que o direito canônico dita, que é a investigação prévia e nesta investigação não se encontrou nada sobre o que ele foi acusado. Não encontramos nada”, disse.

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