O pagodeiro Evandro Gomes Correia Filho se entregou nesta quinta-feira, após passar quase cinco anos foragido – ele compareceu ao segundo dia de seu próprio julgamento, no Fórum de Guarulhos (SP), pelo homicídio da ex-mulher, Andréia Cristina Bezerra Nóbrega, e por tentativa de homicídio contra o próprio filho, Lucas Macedo Nóbrega Correia, 10 anos. “Vim provar minha , vou provar que ela se suicidou”, disse Evandro ao chegar à corte, acompanhado de seis advogados.

Para esta quinta-feira, além do depoimento de Evandro, outras seis testemunhas de defesa eram esperadas, complementando os 11 depoimentos do primeiro dia. Porém, cinco dos convocados foram dispensados, restando apenas a irmã do réu, Evandra de Mello Correia.

Na quarta-feira, a acusação arrolou as três irmãs de Andréia, para mostrar que Evandro ameaçava a ex-mulher com frequência, uma psiquiatra infantil, para provar a validade e importância do depoimento de Lucas, a pediatra do garoto na Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, e o dono de um estacionamento próximo ao apartamento de Andréia em Guarulhos, que afirmou ter sido ameaçado por Evandro, além de Lucas, que foi o primeiro a depor.

Já a defesa ouviu apenas quatro testemunhas, a maioria para tentar provar que Andréia tinha muito ciúme de Evandro e que também ameaçava suas ex-namoradas. Além disso, um policial militar conhecido de Evandro também prestou depoimento. A estratégia da defesa com essa testemunha foi mostrar que Evandro se preocupou com o fato da data do crime ao ligar para esse conhecido e pedir ajuda.

Vítima caiu do prédio onde morava

Andréa morreu após cair da janela do terceiro andar do prédio onde morava, em Guarulhos, enquanto o menino foi internado com uma fratura do maxilar, após cair sobre a marquise da edificação.

Entre as testemunhas que serão ouvidas pelo juiz está o filho de Evandro, Lucas, hoje com 10 anos. Ele será ouvido em sigilo. No momento do depoimento, o plenário será esvaziado. Na época do crime, ele foi ouvido por delegado, um promotor, uma psicóloga e uma assistente social. O garoto chegou a desenhar um homem com uma faca na mão e uma mulher com uma criança no colo. Relatou ainda uma briga entre o casal.

Em 2010, usando peruca, barba falsa, óculos escuros e bigode, Evandro negou participação na morte da ex-mulher, durante uma entrevista coletiva no escritório de seu . Naquele ano, o inquérito policial apontou Corrêa como o autor do crime. A Justiça decretou a preventiva dele no de 2008, mas como ele nunca apresentou à Justiça, é considerado foragido. Ele aproveitou a lei que impede prisões em período eleitoral para dar sua versão do caso em São Paulo. O disfarce foi usado para que ele não fosse reconhecido na cidade onde morava, em um Estado do Nordeste. Na ocasião, o pagodeiro reafirmou que a ex-mulher se jogou com o filho do apartamento depois de uma discussão.