‘Pacote de bondades’ não segura preços e compra do mês volta a ficar mais cara

A desoneração de impostos para produtos da cesta básica não teve o efeito esperado em Campo Grande. Menos de 5 meses depois os produtos não só voltaram ao mesmo valor, como alguns chegaram a ficar mais caros.

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A desoneração de impostos para produtos da cesta básica não teve o efeito esperado em Campo Grande. Menos de 5 meses depois os produtos não só voltaram ao mesmo valor, como alguns chegaram a ficar mais caros.

A desoneração de impostos para produtos da cesta básica não teve o efeito esperado em Campo Grande, e os preços voltaram a subir nos supermercados. Anunciado em março, o ‘pacote de bondades’ do Governo Federal até chegou a aliviar, de imediato, o bolso dos consumidores, mas, menos de cinco meses depois os produtos não só voltaram ao mesmo valor, como alguns chegaram a ficar mais caros em Campo Grande.

Os maiores aumentos foram nos produtos de higiene pessoal e limpeza. A pasta de dente sofreu forte reajuste e está 17,5% mais cara neste mês, em relação ao início do ano; a unidade da marca Tandy, por exemplo, passou de R$ 3,36, em média, para R$ 3,96.

Os dados são do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), calculado pelo Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas e Sociais) da Universidade Anhanguera-Uniderp.

Aumento maior ainda foi registrado no preço do amaciante. O produto da marca Confort (500ml), por exemplo, passou de R$ 4,77 e R$ 5,79, um reajuste de 21,1%. O sabonete também está pesando no bolso com campo-grandense, e acumula alta de 12,6% desde o início do ano, passando de, em média, R$ 1,06 para R$ 1,19 a unidade.

A desoneração do PIS/Pasep, Cofins e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) foi anunciada no dia 8 de março e inclui itens como o sabonete, papel higiênico e pasta de dentes. Os produtos até chegaram a ficar mais baratos em meados de abril, mas voltaram a encarecer em maio, junho e julho.

Outro produto desonerado, a farinha de trigo também ficou mais cara na cidade, passando de, em média, R$ 1,64 o quilo para R$ 2,02 (marca Dallas), um reajuste de 23,1%. O quilo do pão subiu 6,1%, passando de, em média, R$ 6,74 para R$ 7,15.

A relação entre impostos menores e preços mais caros causou estranheza na economista Andreia Ferreira, especializada em economia familiar. “Alguns produtos sofrem com a questão climática, mas neste caso não”, comentou.

Segundo ela, que atua no Dieese (Departamento Interestadual de Estatística e Estudo Socioeconômico), o departamento prepara um estudo sobre a questão para a próxima semana.

Mais aumentos

Tradicional na mesa do brasileiro, o feijão carioca está até 12,1% mais caro em Campo Grande, com o quilo chegando a custar R$ 5,89. O quilo da coxa e sobrecoxa frango e o maço do alface crespa também acumulam altas de, respectivamente, 8,5% e 24,6%.

O detergente (17,2%), lava roupa em pó (13,5%), banana prata (9,9%), batata (3,7%), o desodorante (15,2%) e a água sanitária (11%) também estão mais caros em Campo Grande neste mês.

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