Operação da PF combate máfia de diplomas falsos e cumpre mandados no interior de MS

Dois dias após a polícia de Dourados ter descoberto um golpe no qual uma quadrilha oferecia vagas para o curso de medicina na Universidade Federal da Grande Dourados- UFGD, a Polícia Federal desencadeou uma operação específica em 14 estados, incluindo Mato Grosso do Sul. Sob a coordenação da Superintendência da Polícia Federal de Mato Grosso, […]

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Dois dias após a polícia de Dourados ter descoberto um golpe no qual uma quadrilha oferecia vagas para o curso de medicina na Universidade Federal da Grande Dourados- UFGD, a Polícia Federal desencadeou uma operação específica em 14 estados, incluindo Mato Grosso do Sul.

Sob a coordenação da Superintendência da Polícia Federal de Mato Grosso, da Operação Esculápio abrangeu os estados de Mato Grosso, Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo. Em Mato Grosso do Sul, foi cumprido apenas um mandado de busca e apreensão, na cidade de Ladário (a 435 quilômetros de Campo Grande).

A ação combate um esquema de uso de diplomas e documentos falsos de medicina no País. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Guilherme Augusto Campos Torres Nunes, a denúncia foi feita pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). “São diplomas que foram comprados na Bolívia e seriam usados para a pessoa clinicar no Brasil e há a suspeita de que alguns teriam solicitado o ingresso no Mais Médico”, informou, explicando que o programa do governo federal não autoriza o ingresso de profissionais formados na Bolívia.

Os detentores dos diplomas falsos teriam se inscrito no Revalida – exame que autoriza a atuação de médicos graduados no exterior no País. Em contato com as universidades bolivianas Universidad Nacional Ecológica (UNE), Universidad Técnico Privada Cosmos (Unitepc) e Universidad Mayor de San Simon (UMSS), a UFMT confirmou que dentre os inscritos, 41 nunca foram alunos ou não concluíram a graduação nessas instituições.

Ao analisar os documentos encaminhados pela universidade mato-grossense, a Polícia Federal constatou que, destes 41, 29 foram representados por cinco advogados ou despachantes, que teriam sub-rogado outras pessoas para realizar a inscrição dos supostos médicos. Os investigados responderão pelos crimes de uso de documento falso e falsidade ideológica. “O próximo passo vai ser interrogar e juntar a documentação para indiciá-los por falsidade e identificar o fraudador na Bolívia com base nos interrogatórios que estamos fazendo, para em seguida acionarmos as autoridades cabíveis”, completou Nunes.

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