Embora existam avanços significativos nas conquistas dos direitos humanos desde a adoção da Declaração de Viena há 20 anos, pessoas em todo o mundo ainda são negadas liberdades fundamentais, disse a alta comissária das Nações Unidas para direitos humanos, Navi Pillay. Ela pediu nesta quinta-feira (27) que os países ampliem esforços para evitar violações brutais de direitos fundamentais.

“[A Declaração de Viena] nos mostrou o caminho a seguir e, em certa medida, temos seguido esse caminho. Mas, infelizmente, repreensivelmente, também continuamos, muitas vezes, a desviarmo-nos dele”, avaliou Pillay na abertura da Conferência Viena+20.

“Enquanto eu falo com vocês agora, mulheres estão sendo raptadas e estupradas, hospitais são alvos de ataques, bombardeios aleatórios e massacres deliberados mancham a terra com o sangue de inocentes”, disse.

A alta comissária ressaltou que isso é “intolerável” e pediu ações para acabar com as violações dos direitos humanos, particularmente em lugares mergulhados em conflitos como a Síria, Afeganistão e Somália.

Centenas de diplomatas, membros da sociedade civil, acadêmicos e especialistas em direitos humanos se reuniram para a conferência de dois dias que marca a adoção da “Declaração e Programa de Ação de Viena” na Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, em 1993, que deu origem ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

“Devemos reconhecer que, em muitas áreas, não conseguimos construir sobre os alicerces da Declaração de Viena. A promessa inspiradora que inicia a Declaração Universal – de que ‘todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos’ – ainda é apenas um sonho distante para muitas pessoas”, afirmou Pillay. “Os direitos humanos ainda não são universalmente disponíveis ou vistos como indivisíveis e interdependentes, apesar da nossa promessa de torná-los assim.”