A iniciativa de colocar um asteroide em órbita estável ao redor da Lua é considerado um dos grandes desafios da Nasa na próxima década. Só que os executivos da Agência Espacial Norte-Americana estão começando a desconfiar que tirar esse plano do papel vai ser bem mais difícil do que eles suspeitavam.

A começar pelo asteroide que pode, simplesmente, não ser encontrado, apontam os primeiros cálculos dos pesquisadores da área.

Paul Chodas, que trabalha no JPL, o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia, disse que dos dez mil objetos do Sistema Solar com trajetórias próximas à Terra, os chamados NEOs, apenas 370 têm cerca de 10 metros de diâmetro, o tamanho ideal para serem capturados por uma nave-robô que ainda será construída.

Mas especialistas da área reunidos no último simpósio da Academia de Ciências dos Estados Unidos, em , mostraram que o número de ‘candidatos’ no espaço é ainda menor. Desse montante que pode ser rebocado, 14 asteroides têm órbita estável e poderiam ficar próximos da Lua. E, não bastassem as poucas opções, os acadêmicos lembram que somente quatro corpos foram estudados pelos cientistas – para saber mais a respeito da textura da superfície e da taxa de rotação, por exemplo.

“Há um grande ceticismo sobre a Iniciativa do Asteroide, tanto da parte acadêmica quanto do público, que ele pode até ser retirado [do orçamento]”, afirmou Jim Bell, especialista em planetas da Universidade do Arizona em Tempe.