O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton de Araújo, disse há pouco não considerar oportuna a inclusão da nova cotação do dólar, apesar de ter colocado outros parâmetros recentes nas projeções de inflação divulgadas mais cedo nesta quinta-feira, 27, pela instituição. “Entendemos que seria oportuno incluir (a revogação do aumento da tarifa de ônibus) e informamos isso a vocês. Não é um evento recorrente”, disse em entrevista à imprensa para explicar os dados.

Com a insistência dos jornalistas para saber o motivo de o BC não ter aproveitado a oportunidade para atualizar a cotação do dólar, Hamilton respondeu: “porque não julgamos oportuno”.

O diretor comentou também a ação do BC no mercado cambial. Segundo ele, as intervenções têm dois pontos. O primeiro é que não há compromisso com patamar para o dólar. O outro é que, sempre que julgar que as condições exijam a presença da autoridade monetária, vai entrar no mercado. “Isso tem sido assim e vai continuar. Independente da trajetória (do dólar)”, afirmou.

Hamilton também minimizou a “elasticidade” de abatimentos da política fiscal levados em conta pela autoridade monetária. “Informamos, e está nos boxes, que consideramos uma medida de superávit estrutural”, disse em referência ao documento. “É só isso que vou falar sobre fiscal”, continuou.

Preferiu ressaltar que a economia está em trajetória de crescimento. “Temos estoques ajustados, expectativa de leilões no segundo semestre de infraestrutura…”, citou. “Tudo isso são fatores que conspiram a favor dos investimento bem melhor do que no ano passado.”

Ainda quanto ao processo de concessões do governo federal, com cronograma para o segundo semestre, o diretor do BC disse não saber em que medida decisões, como a tomada pelo governo de São Paulo, de não reajustar o pedágio, afetam os resultados dos próximos leilões. “Eu não teria reflexão a esse respeito.”