Distantes 34 lugares no ranking mundial, Bolívia e fariam um duelo de desiguais, nesta terça-feira pelas Eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2014, se não fosse um jejum de três partidas dos bicampeões mundiais, que inclui até uma goleada por 6 a 1, quatro anos atrás.

A partida será disputada em La Paz, palco do massacre de 2009, que valia pelas Eliminatórias para a Copa de 2010. Naquele duelo, Joaquin Botero foi o destaque, com três gols. Marcelo Moreno, Alex da Rosa e Jair Torrico completaram o marcador para os bolivianos. Lucho Gonzalez descontou para os argentinos.

No ano passado, as duas seleções se enfrentaram duas vezes, em território argentino. Os dois duelos, um pela Copa América, em La Plata, e outro no turno das Eliminatórias, terminaram empatados em 1 a 1.

Na história do confronto, por outro lado, a vantagem é ampla da ‘Albiceleste’, com 22 vitórias em 30 jogos. Além disso, aconteceram quatro empates e seis vitórias bolivianas. A última vez que a Argentina venceu a rival foi em outubro de 2007, pelas Eliminatórias para a Copa de 2010, por 3 a 0.

Quem quer ajudar sua seleção a bater o indigesto adversário é Lionel Messi, que tem motivos suficientes para não ter muita simpatia pela Bolívia, única seleção sul-americana na qual nunca fez gol. Talvez por isso, não foi adiante a ideia do técnico Alejandro Sabella de poupá-lo.

Aliás, involuntariamente, Messi virou o centro de uma polêmica no país da partida, a partir da sugestão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de condecorar o jogador. A ideia caiu mal entre os jogadores da seleção local. O presidente da federação do país, Carlos Chávez, não escondeu o descontentamento dos atletas comandados pelo técnico Xabier Azkargorta.

Para a partida de amanhã, Alejandro Sabella pode promover algumas mudanças, a principal delas, a escalação de sua equipe em esquema 5-3-1-1, mais cauteloso. Com isso, pelo menos usando como base o treino desta segunda-feira, a Argentina entrará em campo com seis alterações com relação ao jogo contra a Venezuela, na sexta-feira.

Entre os que perderão a vaga, estão Fernando Gago, que se contundiu na vitória da última rodada, Gonzalo Higuaín, suspenso, e Walter Montillo, do Santos. Entre os que passarão deverão ganhar posição estão Rodrigo Palacio, que será o único centroavante.

Na Bolívia, as mudanças não serão poucas, com relação a equipe que foi atropelada pela Colômbia, em Barranquilla, por 5 a 0. Marcelo Moreno, que vem atuando pouco pelo Grêmio, deverá dar lugar a Juan Carlos Arce, ex-jogador do Corinthians, que atua no Bolívar.

Na zaga, outra mexida, com o retorno do capitão Ronald Raldes, suspenso pelo acúmulo de cartões amarelos. O defensor do Colón, da Argentina, deverá substituir Rony Jiménez. Outro problema é o goleiro, já que Carlos Arias saiu lesionado no duelo contra os colombianos, para dar lugar a Sergio Galarza, que é quem deve atuar.

A Argentina lidera as Eliminatórias com 23 pontos ganhos, e precisa apenas de oito pontos em seis jogos para se garantir na Copa do Mundo. Os bolivianos vivem situação bem mais desconfortável, ocupando o penúltimo lugar com oito pontos, quatro atrás da Venezuela, quinta colocada, e cinco do Uruguai, que está em quarto.

Nas Eliminatórias sul-americanas, se classificam os quatro primeiros colocados, e o quinto disputará a repescagem contra o quinto colocado das Eliminatórias asiáticas em duelo de ida e volta, por uma vaga na Copa.